São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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Juiz derruba Corinthians, e Tevez diz até logo a Lopes

Campeão nacional tem gol legítimo não marcado e perde por 1 a 0 na estréia do Paulista; atacante pediu mais descanso e não joga no domingo

DA REPORTAGEM LOCAL

Campeão brasileiro com a ajuda de erros de arbitragem, o Corinthians abriu o Paulista ontem à tarde prejudicado pelo juiz Paulo César de Oliveira na derrota por 1 a 0 para o Noroeste.
Tevez esquentou o clima no vestiário ao desafiar o técnico Antonio Lopes. Escalado ontem contra a sua vontade, o argentino afirmou que não entrará em campo diante da Portuguesa Santista. "Não jogo domingo mesmo se o Lopes pedir", afirmou o atacante, após a partida em que seu time teve um gol e um pênalti legítimo não marcado pela arbitragem.
O argentino ganhou a queda-de-braço com o treinador, que já o liberou da segunda rodada.
"Já estava combinado que o Tevez não vai jogar no próximo domingo. Ele disse que tem que resolver problemas pessoais em Buenos Aires e já estava liberado para viajar", afirmou Lopes.
Porém, na véspera da estréia, ele nada dissera sobre deixar o argentino fora do jogo seguinte.
Lopes e Tevez se estranham desde o início da pré-temporada, quando o argentino afirmou que não gostaria de participar da abertura do Estadual, que teve o estádio lotado em Bauru.
"Fica difícil fazer qualquer coisa com um preparo como o nosso atual. Não temos treinado e não podemos adiantar as coisas", voltou a dizer o atacante ontem.
Antes de ser forçado a entrar em campo, foi repreendido publicamente por Lopes ao se atrasar alguns minutos para um treino.
Anteontem, o preparador físico Fábio Maserehdjian afirmou que ele e Lopes conversaram com Tevez para convencê-lo a jogar. O atacante ouviu que todos os atletas estão fora de forma e que ele, amigo de Kia Joorabchian, não teria privilégios. E não falou nada sobre Tevez ser poupado diante da Portuguesa Santista.
A liberação surpreendeu alguns jogadores. O lateral Gustavo Nery disse desconhecer acordo. A cúpula corintiana também.
Tevez, que esperava ao menos descansar no segundo tempo, acabou atuando a partida inteira.
Ele participou de um dos lances em que Oliveira errou. Sofreu o pênalti não marcado pelo árbitro. Além disso, pouco fez.
A outra falha do trio de arbitragem ocorreu numa jogada de Marcelo Mattos. O jogo estava 0 a 0 quando o volante chutou forte de fora da área e a bola bateu no travessão antes de entrar.
Oliveira seguiu o bandeira Marinaldo Silvério, que apontou que a bola não cruzou a linha.
A atuação do trio macula o quesito mais burilado pela Federação Paulista neste Estadual.
A entidade criou uma corregedoria, barrou árbitros por má conduta fora de campo, tornou mais rigorosos os testes físicos e estabeleceu um ranking de juízes.
As falhas atingiram justamente o clube que queria esquecer a polêmica das arbitragens no Brasileiro. O Corinthians ganhou pontos que lhe garantiram o título na repetição de jogos de Edilson Pereira de Carvalho, pivô do esquema de fabricação de resultados ligado a sites de apostas.
Antes da partida, o meia Roger, que se recupera de lesão, afirmou, em discurso aos colegas, que o time precisa ganhar o Estadual para mostrar que mereceu o Nacional e calar os críticos.
Ontem, o time voltou a recordar a última conquista. "A bola entrou, mas o juiz não deu o gol. Vamos ver se vão dar a mesma ênfase que deram ao que aconteceu no Brasileiro", disse Betão.
Os erros do juiz não esconderam a fraca atuação da equipe corintiana. "O Noroeste está treinando há mais tempo e foi melhor", disse o meia Carlos Alberto.
O time do interior pressionou o da capital desde o início da partida, mas falhou nas finalizações.


Colaboraram a Agência Folha e o "Agora"


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