São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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AÇÃO

Atraente até demais

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Há algum tempo, e cada vez mais, o surfe competitivo busca formas de se tornar atraente. Campeonatos organizados em formatos diferentes brotam mundo afora. A maioria baseia-se em estruturas inusitadas e criativas, por exemplo, entre equipes de cinco atletas, com substituições, como em uma partida de basquete. As experiências são válidas, especialmente quando a proposta visa o lado mais divertido do esporte. Ainda assim, e para reflexão, algumas perguntas ficam no ar. O consagrado formato homem a homem das principais competições não é atraente o bastante? Não seria hoje o esporte suficientemente popular?
Soube que a escola de surfe da Riviera de São Lourenço, no litoral paulista, recebe mais de cem iniciantes, entre meninos, meninas e seus pais. Nas mais recentes transmissões, ao vivo e para todo o mundo, das etapas do WCT, as audiências superaram as expectativas das emissoras. E, se isso não bastasse, o maior ícone do esporte, Kelly Slater, tornou-se celebridade do momento e estampa capas de revistas como "People" e "Caras". Não resta dúvida de que o formato clássico foi capaz de jogar o esporte nos braços do povo.
Mas alternativas criativas de disputas são bem-vindas. O ex-surfista profissional americano Brad Gerlach foi um dos precursores da onda. É dele o modelo dos X-Games, o duelo de equipes, com quatro tempos e substituições, que explora a rivalidade entre Costa Leste e Oeste dos EUA.
No Brasil, em dezembro, ocorreu o Festival Petrobras de Surf, no qual os dez melhores atletas dos três circuitos patrocinados pela empresa, surfe masculino, feminino e longboard, formaram times de três integrantes para um animado evento na Barra, Rio.
Amanhã, começa em Fernando de Noronha (PE) o Red Bull Tube&Air, uma prova para dez convidados, representantes da nova geração de todo o Brasil, inclusive dois de Noronha mesmo, que só avaliará tubos e manobras aéreas. O patrocinador, que já havia feito um evento parecido no mesmo local há três anos, acerta ao mesclar a manobra mais clássica e harmônica do surfe com a mais moderna e adaptada. O mestre do esporte e do bom humor Picuruta Salazar é um dos juízes. A prova vai até domingo e, seguramente, em breve estará na mídia.
Embora o formato tradicional tenha mostrado que é capaz de gerar receita, audiência e popularizar o esporte, toda alternativa criativa é válida e deve ser experimentada. O único inconveniente é a certeza de que os lineups estarão cada vez mais cheios.
 
A moda parece ter se estendido a outros esportes. No final de dezembro, Jericoacoara (CE) foi palco do primeiro Rally de Kite e Windsurf do Brasil. O formato inédito uniu as duas modalidades numa travessia de um dia entre Ceará e Piauí e terminou com o recorde sul-americano de quilometragem, 150 km. No kite, o americano Mark Doyle completou a prova em menos de quatro horas, seguido por Pepe de Souza. No wind, os locais Edvan Souza e Sassá Teixeira levaram.

Mundial de surfe sub-21
O havaiano Kekoa Bacalso interrompeu a série brasileira de títulos (Adriano Mineirinho e Pablo Paulino foram os últimos campeões) e levou o caneco. Jean da Silva ficou em terceiro. Na primeira edição do feminino, em casa, a australiana Jessi Miley-Dyer foi a campeã.

Skate vertical
A abertura do circuito mundial será no Brasil com o Oi Vert Jam, no Rio, entre 20 e 22 deste mês, que contará pontos para o WCS.

Big surfe
Eraldo Gueiros é o principal brasileiro entre os convidados para o Mavericks Surf Contest. Carlos Burle, Rodrigo Resende, Danilo Couto e Alex Martins estão entre os alternates.

E-mail sarli@trip.com.br


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