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AÇÃO
Atraente até demais
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Há algum tempo, e cada
vez mais, o surfe competitivo busca formas de se tornar
atraente. Campeonatos organizados em formatos diferentes brotam mundo afora. A maioria baseia-se em estruturas inusitadas e
criativas, por exemplo, entre
equipes de cinco atletas, com
substituições, como em uma partida de basquete. As experiências
são válidas, especialmente quando a proposta visa o lado mais divertido do esporte. Ainda assim, e
para reflexão, algumas perguntas
ficam no ar. O consagrado formato homem a homem das principais competições não é atraente o
bastante? Não seria hoje o esporte
suficientemente popular?
Soube que a escola de surfe da
Riviera de São Lourenço, no litoral paulista, recebe mais de cem
iniciantes, entre meninos, meninas e seus pais. Nas mais recentes
transmissões, ao vivo e para todo
o mundo, das etapas do WCT, as
audiências superaram as expectativas das emissoras. E, se isso
não bastasse, o maior ícone do esporte, Kelly Slater, tornou-se celebridade do momento e estampa
capas de revistas como "People" e
"Caras". Não resta dúvida de que
o formato clássico foi capaz de jogar o esporte nos braços do povo.
Mas alternativas criativas de
disputas são bem-vindas. O ex-surfista profissional americano
Brad Gerlach foi um dos precursores da onda. É dele o modelo
dos X-Games, o duelo de equipes,
com quatro tempos e substituições, que explora a rivalidade entre Costa Leste e Oeste dos EUA.
No Brasil, em dezembro, ocorreu o Festival Petrobras de Surf,
no qual os dez melhores atletas
dos três circuitos patrocinados pela empresa, surfe masculino, feminino e longboard, formaram
times de três integrantes para um
animado evento na Barra, Rio.
Amanhã, começa em Fernando
de Noronha (PE) o Red Bull Tube&Air, uma prova para dez convidados, representantes da nova
geração de todo o Brasil, inclusive
dois de Noronha mesmo, que só
avaliará tubos e manobras aéreas. O patrocinador, que já havia
feito um evento parecido no mesmo local há três anos, acerta ao
mesclar a manobra mais clássica
e harmônica do surfe com a mais
moderna e adaptada. O mestre
do esporte e do bom humor Picuruta Salazar é um dos juízes. A
prova vai até domingo e, seguramente, em breve estará na mídia.
Embora o formato tradicional
tenha mostrado que é capaz de
gerar receita, audiência e popularizar o esporte, toda alternativa
criativa é válida e deve ser experimentada. O único inconveniente
é a certeza de que os lineups estarão cada vez mais cheios.
A moda parece ter se estendido
a outros esportes. No final de dezembro, Jericoacoara (CE) foi
palco do primeiro Rally de Kite e
Windsurf do Brasil. O formato
inédito uniu as duas modalidades numa travessia de um dia entre Ceará e Piauí e terminou com
o recorde sul-americano de quilometragem, 150 km. No kite, o
americano Mark Doyle completou a prova em menos de quatro
horas, seguido por Pepe de Souza.
No wind, os locais Edvan Souza e
Sassá Teixeira levaram.
Mundial de surfe sub-21
O havaiano Kekoa Bacalso interrompeu a série brasileira de títulos
(Adriano Mineirinho e Pablo Paulino foram os últimos campeões) e
levou o caneco. Jean da Silva ficou em terceiro. Na primeira edição do
feminino, em casa, a australiana Jessi Miley-Dyer foi a campeã.
Skate vertical
A abertura do circuito mundial será no Brasil com o Oi Vert Jam, no
Rio, entre 20 e 22 deste mês, que contará pontos para o WCS.
Big surfe
Eraldo Gueiros é o principal brasileiro entre os convidados para o
Mavericks Surf Contest. Carlos Burle, Rodrigo Resende, Danilo Couto e Alex Martins estão entre os alternates.
E-mail sarli@trip.com.br
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