São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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FUTEBOL

Campeão mundial sofre com operação desmanche, encara rusgas após negociação de Amoroso e não reforça elenco

São Paulo encara crise após ano dourado

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ano é 2005 e o São Paulo encerra a temporada com os títulos de campeão Paulista, da Libertadores e do Mundial de Clubes.
De quebra, o time teve no goleiro Rogério o seu artilheiro, cravou o gol de 10 mil na Libertadores sob os pés de Cicinho e aplicou goleadas históricas nos dois times mais populares do país: 5 a 1 no Corinthians e 6 a 1 no Flamengo.
O ano é 2006. O São Paulo inicia a temporada sem o técnico campeão do mundo, fica sem seu principal jogador -Rogério- para o início do Paulista, vê Amoroso trocar o clube pelo futebol europeu e tenta se manter firme em meio à operação desmanche que vem tomando conta do clube.
O sonho dourado de tentar fazer de 2006 uma repetição de 2005 parece estar sendo abortado antes mesmo da primeira quinzena de janeiro e já coloca na fogueira o novo técnico, Muricy Ramalho, que chegou com a missão de tentar repetir Telê Santana, bicampeão mundial no clube em 92 e 93.
Se, em 2005, Luizão e Amoroso driblaram a desconfiança da torcida por seus problemas físicos e brilharam com a camisa no clube, agora a debandada já começou.
O primeiro a acusar esse sintoma foi o atacante Christian. Ele assinou a rescisão de contrato, mesmo tendo ainda mais seis meses a cumprir. A alegação foi de ter perdido espaço no time.
O próximo da lista deve ser Aloísio. O jogador, que tem os direitos federativos presos ao Atlético-PR, deve ficar no Morumbi somente até a metade de fevereiro, quando termina seu contrato.
O clube paranaense quer US$ 2 milhões para liberar o atleta, e o São Paulo adiantou que não vai desembolsar essa quantia.
E a preocupação aumenta pelo fato de Muricy estar perdendo fogo com o desmanche do elenco. Rogério, que só volta daqui a um mês, Diego Tardelli, Amoroso, Cicinho e Christian marcaram, juntos, 72 dos 166 gols que o time fez em 2005, o que dá um aproveitamento de 43,4% do total de poder de fogo da equipe.
Até agora, o único reforço da era Muricy é Rodrigo Fabri, que teve um ano fraco no Atlético-MG e marcou apenas quatro gols no Campeonato Brasileiro.
Além das baixas, os primeiros dias de janeiro trouxeram à tona novamente o relacionamento conturbado entre Amoroso e o presidente Marcelo Portugal Gouvêa. Essa rusga ganhou força durante o Mundial no Japão, quando o atleta assinou um pré-contrato com o FC Tokyo. À época, para ofuscar o atrito, o presidente culpava os jornalistas.


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