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FUTEBOL
Campeão mundial sofre com operação desmanche, encara rusgas após negociação de Amoroso e não reforça elenco
São Paulo encara crise após ano dourado
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano é 2005 e o São Paulo encerra a temporada com os títulos
de campeão Paulista, da Libertadores e do Mundial de Clubes.
De quebra, o time teve no goleiro Rogério o seu artilheiro, cravou
o gol de 10 mil na Libertadores
sob os pés de Cicinho e aplicou
goleadas históricas nos dois times
mais populares do país: 5 a 1 no
Corinthians e 6 a 1 no Flamengo.
O ano é 2006. O São Paulo inicia
a temporada sem o técnico campeão do mundo, fica sem seu
principal jogador -Rogério-
para o início do Paulista, vê Amoroso trocar o clube pelo futebol
europeu e tenta se manter firme
em meio à operação desmanche
que vem tomando conta do clube.
O sonho dourado de tentar fazer de 2006 uma repetição de 2005
parece estar sendo abortado antes
mesmo da primeira quinzena de
janeiro e já coloca na fogueira o
novo técnico, Muricy Ramalho,
que chegou com a missão de tentar repetir Telê Santana, bicampeão mundial no clube em 92 e 93.
Se, em 2005, Luizão e Amoroso
driblaram a desconfiança da torcida por seus problemas físicos e
brilharam com a camisa no clube,
agora a debandada já começou.
O primeiro a acusar esse sintoma foi o atacante Christian. Ele
assinou a rescisão de contrato,
mesmo tendo ainda mais seis meses a cumprir. A alegação foi de
ter perdido espaço no time.
O próximo da lista deve ser
Aloísio. O jogador, que tem os direitos federativos presos ao Atlético-PR, deve ficar no Morumbi somente até a metade de fevereiro,
quando termina seu contrato.
O clube paranaense quer US$ 2
milhões para liberar o atleta, e o
São Paulo adiantou que não vai
desembolsar essa quantia.
E a preocupação aumenta pelo
fato de Muricy estar perdendo fogo com o desmanche do elenco.
Rogério, que só volta daqui a um
mês, Diego Tardelli, Amoroso,
Cicinho e Christian marcaram,
juntos, 72 dos 166 gols que o time
fez em 2005, o que dá um aproveitamento de 43,4% do total de poder de fogo da equipe.
Até agora, o único reforço da
era Muricy é Rodrigo Fabri, que
teve um ano fraco no Atlético-MG
e marcou apenas quatro gols no
Campeonato Brasileiro.
Além das baixas, os primeiros
dias de janeiro trouxeram à tona
novamente o relacionamento
conturbado entre Amoroso e o
presidente Marcelo Portugal
Gouvêa. Essa rusga ganhou força
durante o Mundial no Japão,
quando o atleta assinou um pré-contrato com o FC Tokyo. À época, para ofuscar o atrito, o presidente culpava os jornalistas.
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