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efeito cascata
Mais um jovem aciona a Justiça contra o São Paulo
Lucas Piazon, 15, é o terceiro a entrar com ação para anular vínculo com o clube
Segundo o advogado André Ribeiro, atacante assinou um contrato mesmo sem ter completado 16 anos, idade mínima exigida pela Lei Pelé
Almeida Rocha/Folha Imagem
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O volante Hernanes descansa
durante treino físico do São Paulo, ontem de manhã.
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela terceira vez em um intervalo de pouco mais de três
semanas, um jogador vindo das
categorias de base do São Paulo
entrou com uma ação na Justiça do Trabalho para anular seu
vínculo com o clube.
Lucas Piazon, que está às vésperas de completar 16 anos,
atua como atacante. É também
um dos principais destaques da
seleção brasileira sub-15 -já foi
capitão do time nacional- e,
em novembro, teve seu nome
comentado pela imprensa da
Inglaterra devido a um suposto
interesse do Chelsea.
André Ribeiro, advogado do
atacante, entrou com pedido de
liminar ontem na 8ª Vara do
Trabalho. Alega que o vínculo
feito pelo clube com o jogador é
ilegal. A resposta da Justiça pode ser divulgada hoje.
À Folha Ribeiro explicou
que Lucas e seus pais firmaram
um contrato quando o jogador
tinha 14 anos. Isso é feito para
que o clube possa se prevenir
do assédio à sua jovem promessa. Entretanto outro acordo
passará a valer quando o atacante completar 16 anos, o que
ocorrerá no próximo dia 20.
A Lei Pelé e a Fifa, porém, só
permitem que atletas maiores
de 16 anos assinem contratos
de trabalho, que devem durar
até três anos. Quando chegam à
maioridade, o vínculo pode ter
validade de até cinco anos.
"Ele e os pais firmaram um
contrato de eficácia futura. E
assinaram um outro contrato,
que passará a vigorar no primeiro dia depois que ele fizer
16 anos. Isso não vale, porque o
objeto do contrato passa a ser
ilegal", disse Ribeiro, que também é advogado do meia Oscar,
18, o primeiro a entrar na Justiça para anular seu vínculo.
O diretor jurídico do São
Paulo, Kalil Rocha Abdalla, disse desconhecer quais foram os
motivos que levaram o clube a
ser processado pela terceira
vez em menos de um mês.
Além de Lucas Piazon e de
Oscar, o lateral Diogo, 19, também está em litígio com o São
Paulo. Alega que seu vínculo
extrapola os cinco anos de duração e diz não ter recebido o
reajuste salarial previsto em
seu acordo atual, firmado em
2008. Ontem, o atleta faltou ao
treino e irritou a diretoria. Abdalla afirma que a Justiça já recusou uma liminar a Diogo.
Segundo a advogada do jogador, Roseli Gonçalves, o lateral
espera a decisão da Justiça do
Trabalho longe do CT da Barra
Funda, onde morava até entrar
em litígio com o São Paulo.
Já Oscar integra, desde o início do mês, a seleção brasileira
sub-19. Ele está no Uruguai,
onde disputa um torneio sub-
-20 que se encerra hoje. O meia
é esperado no CT são-paulino
amanhã, apesar de já ter dito
que não se reapresentará.
Na ação contra o São Paulo,
Oscar alega que, aos 16 anos, foi
obrigado a se emancipar para
assinar um contrato válido por
cinco anos. Também acusa o
clube de não pagar uma parte
de seu salário. O São Paulo nega qualquer irregularidade.
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