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PINGUE-PONGUE
"Quero mostrar às meninas que o xadrez é ótimo"
DA REPORTAGEM LOCAL
Alexandra Kosteniuk sabe: se
for campeã mundial, algo que a
Rússia não consegue desde
1962, ganhará imensa notoriedade. Por sua beleza e pela qualidade de seu jogo. E ela já tem
total noção do que fará: "Meu
sonho é ser uma mensageira.
Quero mostrar às meninas que
o xadrez é ótimo".
(TT)
Folha - Beleza e inteligência
podem andar juntas?
Alexandra Kosteniuk - (risos)
Acho importante que o mundo
saiba que isso é possível. E o xadrez é um ótimo instrumento.
As mulheres não ficam devendo nada aos homens quando o
assunto é intelecto. As garotas
podem jogar xadrez de alto nível ou desenvolver boas carreiras nos negócios e na educação.
Folha - Você consegue conciliar o xadrez com a vida de modelo e de escritora?
Alexandra - Hoje em dia eu
me dedico apenas ao xadrez. Só
aceito trabalhos como modelo
se for para divulgar o esporte.
Treino sempre de cinco a seis
horas por dia, incluindo também uma preparação física especial, com natação e corrida.
Sobre os poemas e livros, evolui pouco desde meus 16 ou 17
anos. Deixei isso um pouco de
lado, então. Escrever virou um
hobby. Ser modelo também.
Folha - Então você quer usar
sua beleza em prol do xadrez?
Alexandra - Exatamente. Há
várias fotos em meu site, e
quem quiser comprar alguma
ajudará com o fundo que criei
para desenvolver o xadrez, especialmente para as crianças.
Quando há um bom número
delas em eventos que atuo, não
cobro nada. A alegria das pequeninas vale mais. Quero ser
uma mensageira e mostrar a
elas o quanto o xadrez é bom.
Folha - Você dedicou toda sua
infância ao xadrez...
Alexandra - E foi ótimo. Está
provado que o xadrez ajuda as
atividades mentais, desenvolve
o raciocínio e a memória. Sou
grata ao meu pai por ter me ensinado a jogar. No começo, não
reagia aos treinos dizendo "viva!". Depois eu vi que era aquilo que queria para mim.
Folha - Não é cansativo aplicar
tanto tempo no xadrez?
Alexandra - Às vezes eu preciso fazer algumas coisas para relaxar, mas meu treinamento
não é uma tortura. Pelo contrário. Não reclamo por ficar seis
horas por dia na frente de um
tabuleiro. É um jogo rico de
idéias, de desafios infinitos. Faz
bem para toda a socidade.
Folha - Você jogou o Mundial
sub-12 no Brasil, em 1995...
Alexandra - Foi especial para
mim, era a primeira vez que eu
viajava sem os meus pais. A federação russa pagou a minha
passagem. Adorei o país e as
pessoas, mas o clima [quente]
me afetou um pouco [ela afirma ter ficado em segundo na
competição disputada em
Guarapuava, no Paraná].
Folha - Algumas rivais acham
você narcisista. Isso a afeta?
Alexandra - Nenhuma delas
me disse isso pessoalmente. Se
falam isso sobre o meu estilo de
jogo, sou, sim, bastante agressiva. E não escondo de ninguém.
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