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FUTEBOL
À procura de um esquadrão
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O jogo mais importante de
hoje é, provavelmente, o
confronto dos Atléticos em Curitiba, mas confesso que minha curiosidade está voltada para Santos x Figueirense, na Vila.
Como muitos torcedores, santistas ou não, ainda estou à espera
de que o campeão nacional de
2002 entre em campo neste Brasileirão. Foram até agora dois empates e uma derrota. Mais que os resultados, o que preocupa é o futebol pouco incisivo que o time de Leão tem apresentado.
Contra o Paysandu, na última quarta-feira, o Santos foi displicente no primeiro tempo, como se pudesse vencer no momento em
que desejasse. O adversário, apesar de limitado, acabou se aproveitando dessa pasmaceira e surpreendendo os jovens campeões.
Mas, ao esperar um Santos brilhante, talvez estejamos sendo vítimas de uma ilusão. Se atentarmos bem, veremos que, ao longo
de 2002, o time da Vila teve um desempenho bastante irregular,
só ocasionalmente arrasador.
A última imagem é a que fica, e a imagem que ficou foi a do show
de Robinho e companhia nas finais do Brasileiro.
Hoje o Santos é praticamente o
mesma equipe (o maior desfalque
foi a saída de Maurinho), até reforçada pelo goleador Ricardo
Oliveira, mas a química irresistível ainda não foi reencontrada. O
meu interesse não é diminuir o
Santos ou provocar os santistas. O
que me preocupa, na verdade, é o
fato de que hoje não existe nenhum time brasileiro que seja um
esquadrão indiscutível.
O São Paulo enche os olhos de
quando em quando, mas tem as
bases frágeis e parece viver em crise. O Flamengo lembra um grupo
de peladeiros geniais. O Grêmio
de Tite parece ter perdido em
pouco tempo a fórmula da modernidade. O São Caetano fica
sempre na ameaça -e mudou
drasticamente de elenco do ano
passado para cá.
O Corinthians ainda está em
transição da era Parreira para a
era Geninho, e a contusão de
Vampeta privou-o do seu ponto
de equilíbrio. O Vasco tem grandes jogadores do meio para a
frente, mas carece de uma estrutura mais consistente.
Talvez o atual Brasileiro, longo
e em pontos corridos, possa contribuir para a sedimentação de
uma equipe forte e estável. Tomara. Pode ser até que isso aconteça
com um dos clubes citados.
Mas, por enquanto, o time que
mais dá a impressão de combinar
eficiência e talento é o Cruzeiro.
Pode ser que ao longo do ano isso
mude, mas é bom ficar de olho em
Alex, Deivid e companhia.
Vários leitores têm se manifestado sobre Oswaldo de Oliveira. Há
os que o acusam de trabalhar
com má vontade e displicência. E
há os que dizem que a campanha
contra o treinador tem a ver com
sua recusa em participar de esquemas viciados de compra e
venda de jogadores. Se esta última hipótese for verdadeira, penso
que Oswaldo deveria botar a boca
no trombone -mesmo que isso o
torne "persona non grata" entre
os cartolas corruptos.
Brasil B
A precariedade e a desorganização que marcam a preparação do Brasileiro da Série B são um absurdo sem tamanho.
Mais ainda se lembrarmos que
fazem parte do torneio dois ex-campeões da Série A. A Segundona reúne clubes de 14 Estados (quatro a mais que a Série
A). Os torcedores desses Estados merecem mais respeito.
Quem dá mais?
O artilheiro França, ao que tudo indica, está de volta. Palmeiras e São Paulo, entre outros, estão interessados no jogador.
No São Paulo, onde substituiria
Reinaldo, ele poderia reconstruir com Kaká e Luis Fabiano
um trio memorável. No Palmeiras, seria "alimentado" por
Pedrinho e Zinho e teria tudo
para se dar bem com Anselmo
e/ou Muñoz.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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