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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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FUTEBOL

À procura de um esquadrão

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O jogo mais importante de hoje é, provavelmente, o confronto dos Atléticos em Curitiba, mas confesso que minha curiosidade está voltada para Santos x Figueirense, na Vila.
Como muitos torcedores, santistas ou não, ainda estou à espera de que o campeão nacional de 2002 entre em campo neste Brasileirão. Foram até agora dois empates e uma derrota. Mais que os resultados, o que preocupa é o futebol pouco incisivo que o time de Leão tem apresentado.
Contra o Paysandu, na última quarta-feira, o Santos foi displicente no primeiro tempo, como se pudesse vencer no momento em que desejasse. O adversário, apesar de limitado, acabou se aproveitando dessa pasmaceira e surpreendendo os jovens campeões.
Mas, ao esperar um Santos brilhante, talvez estejamos sendo vítimas de uma ilusão. Se atentarmos bem, veremos que, ao longo de 2002, o time da Vila teve um desempenho bastante irregular, só ocasionalmente arrasador.
A última imagem é a que fica, e a imagem que ficou foi a do show de Robinho e companhia nas finais do Brasileiro.
Hoje o Santos é praticamente o mesma equipe (o maior desfalque foi a saída de Maurinho), até reforçada pelo goleador Ricardo Oliveira, mas a química irresistível ainda não foi reencontrada. O meu interesse não é diminuir o Santos ou provocar os santistas. O que me preocupa, na verdade, é o fato de que hoje não existe nenhum time brasileiro que seja um esquadrão indiscutível.
O São Paulo enche os olhos de quando em quando, mas tem as bases frágeis e parece viver em crise. O Flamengo lembra um grupo de peladeiros geniais. O Grêmio de Tite parece ter perdido em pouco tempo a fórmula da modernidade. O São Caetano fica sempre na ameaça -e mudou drasticamente de elenco do ano passado para cá.
O Corinthians ainda está em transição da era Parreira para a era Geninho, e a contusão de Vampeta privou-o do seu ponto de equilíbrio. O Vasco tem grandes jogadores do meio para a frente, mas carece de uma estrutura mais consistente.
Talvez o atual Brasileiro, longo e em pontos corridos, possa contribuir para a sedimentação de uma equipe forte e estável. Tomara. Pode ser até que isso aconteça com um dos clubes citados.
Mas, por enquanto, o time que mais dá a impressão de combinar eficiência e talento é o Cruzeiro. Pode ser que ao longo do ano isso mude, mas é bom ficar de olho em Alex, Deivid e companhia.
 
Vários leitores têm se manifestado sobre Oswaldo de Oliveira. Há os que o acusam de trabalhar com má vontade e displicência. E há os que dizem que a campanha contra o treinador tem a ver com sua recusa em participar de esquemas viciados de compra e venda de jogadores. Se esta última hipótese for verdadeira, penso que Oswaldo deveria botar a boca no trombone -mesmo que isso o torne "persona non grata" entre os cartolas corruptos.

Brasil B
A precariedade e a desorganização que marcam a preparação do Brasileiro da Série B são um absurdo sem tamanho. Mais ainda se lembrarmos que fazem parte do torneio dois ex-campeões da Série A. A Segundona reúne clubes de 14 Estados (quatro a mais que a Série A). Os torcedores desses Estados merecem mais respeito.

Quem dá mais?
O artilheiro França, ao que tudo indica, está de volta. Palmeiras e São Paulo, entre outros, estão interessados no jogador. No São Paulo, onde substituiria Reinaldo, ele poderia reconstruir com Kaká e Luis Fabiano um trio memorável. No Palmeiras, seria "alimentado" por Pedrinho e Zinho e teria tudo para se dar bem com Anselmo e/ou Muñoz.

E-mail jgcouto@uol.com.br


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