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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br
A pressão que resolve
FOI ROBINHO quem
começou a jogada
mais importante do
primeiro tempo do clássico
que abriu as semifinais.
Não pedalou, não driblou,
não deu um passe brilhante.
Tático, como Dorival Júnior
diz que o camisa 7 se tornou,
roubou na intermediária a bola que iniciou a jogada do primeiro gol do Santos.
Até aquele momento, metade do primeiro tempo, o São
Paulo incomodava mais o adversário. Não que obrigasse
Felipe a uma sequência de
grandes defesas. O que o São
Paulo tinha, e o Santos não,
era a marcação por pressão,
que dificultava a saída de bola
com zagueiros e volantes.
Pois a marcação adiantada
resolveu a partida no primeiro tempo. O comum é que depois faltem pernas, para seguir no mesmo ritmo a partida inteira. O São Paulo não
marcou tão forte no segundo
tempo, período em que reagiu
e chegou a empatar o clássico.
O antídoto era a qualidade
do passe, o ritmo cadenciado,
a força do meio de campo.
Com dez homens, depois da
expulsão de Marlos, Ricardo
Gomes contrapôs ao 4-3-3 de
Dorival Júnior um meio de
campo mais pesado, com
Jean, Rodrigo Souto, Jorge
Wagner e Hernanes.
Mais solto, atrás de Dagoberto, o único atacante após a
substituição de Washington,
Hernanes foi quem empurrou
o time tricolor. Fez um gol
chutando de longa distância,
organizou e marcou a subida
de Paulo Henrique Ganso.
O meio de campo consistente obrigou Dorival Júnior
a abrir mão de seu trio ofensivo. Em vez de Neymar, entrou
Madson, autor do passe para o
gol do 3 a 2, numa cobrança de
falta em que contou com a falha de Rogério Ceni com a boa
estatura de Durval.
Até chegar à falta cobrada
por Madson, o Santos havia
de novo adiantado sua marcação. Robinho, sem o brilho
das pedaladas, mas o jogador
que Dorival Júnior diz não
poder abrir mão, roubou de
Rodrigo Souto um minuto antes de a bola parar na linha lateral. De lá, o cruzamento de
Madson saiu na medida.
A primeira semifinal não foi
do drible nem da goleada. Foi
da marcação no campo de ataque. Robinho até respondeu à
pergunta feita na coluna de
ontem. Você não viu seus dribles, ainda. Mas o viu lá na
frente, onde a bola é roubada
mais perto do gol.
JEJUM NOS CLÁSSICOS
O São Paulo perdeu o
quarto clássico do ano. Para
avançar, precisa vencer por
dois gols de diferença. Se
perder na Vila, fechará o torneio pela primeira vez com
derrotas nos clássicos desde
1936, quando estreou no Estadual. Se empatar, ficará
sem vitórias em clássicos pela primeira vez desde 1989.
O DIA DE LOVE
Vagner Love fez os dois
gols na vitória sobre o Vasco.
A receita foi o contra-ataque,
responsável pelo primeiro
gol, após driblar o goleiro
Fernando Prass. O Flamengo melhorou seu meio-campo com Michael. Mas chegou
ao segundo gol num pênalti
mal marcado de Márcio Careca sobre Leonardo Moura.
PRESSÃO DO BARÇA
Converso por telefone com o italiano Arrigo Sacchi, último treinador a se sagrar bicampeão da Copa dos Campeões, em 1989 e 1990, com o time do Milan. A pergunta é
se o Barcelona, candidato ao bicampeonato depois de 20
anos, lembra aquele Milan, que tinha Van Basten, Gullit e
Baresi, entre outros, e que Sacchi comandava. "Lembra,
sim. Especialmente a maneira como marca por pressão e
diminui o campo para o time adversário", diz o italiano.
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