São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Dominante, Diego ganha seu 18º ouro em Copas

Ginasta supera lesão, dor e queda para conquistar primeiro título na França

Único do país a vencer no torneio desde maio de 2008, atleta quer se ausentar das próximas etapas para poder se aprimorar para o Mundial

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Copa do Mundo de ginástica artística já não atrai mais Diego Hypólito. Mas só com ele o Brasil consegue figurar no posto mais alto do pódio.
Ontem, na competição em Bercy, o ginasta paulista superou uma entorse no tornozelo esquerdo, sofrida na sexta-feira, a dor no ombro esquerdo, operado em junho, e um tombo na prova de salto, horas antes, para vencer com folga no solo.
Com 15,775, Diego Hypólito ficou quase meio ponto à frente do segundo colocado, o grego Eleftherios Kosmidis (15,325). O francês Gael da Silva (15,125) completou o pódio da prova.
"Não achei que ia fazer [uma série tão boa no solo]. Acabei acordando melhor hoje e me superei literalmente, pois a entorse no pé esquerdo incomodou bastante", disse o atleta.
Além de ser o único dos seis ginastas do Brasil em Paris a conquistar medalha, Diego manteve duas escritas, uma que vem se estendendo de abril de 2004 até hoje e outra que se arrasta desde maio de 2008.
Isso porque a partir do momento em que estreou no lugar mais alto do pódio, no Rio, há seis anos, nenhum outro ginasta do país alcançou tal feito.
E também porque, desde que Jade Barbosa venceu no salto em Moscou há dois anos, nenhum outro atleta da ginástica nacional triunfou na Copa, que hoje só perde em importância para o Mundial e a Olimpíada.
A conquista de ontem, que caracterizou a 27ª medalha de Diego no circuito mundial e seu 17º título, marcou a quebra de um jejum, já que nunca antes ele havia triunfado na França.
"O importante é que nunca tinha vencido em minha primeira Copa do Mundo do ano, e consegui fazer isso agora."
Tamanha hegemonia do ginasta é agora motivo de preocupação para a Confederação Brasileira de Ginástica. Isso porque o atleta declarou à Folha que irá pedir para ficar fora das próximas etapas, a fim de aprimorar as séries em outras provas -no masculino, são seis (solo, salto, argolas, paralelas, cavalo com alças e barra fixa).
O atleta tenta amenizar sua ausência dizendo que o Brasil tem outros bons representantes. "Não é mais só o Diego."
Segundo ele, o problema é que cada participação em uma etapa fora do país consome cerca de duas semanas de treino, que é focado nos aparelhos em que ele irá se exibir no torneio.
Em Paris, além do solo, o atleta atuou no salto, em que sofreu queda e ficou em quinto (14,913). "Apesar da falha, exibi novo salto. Foi importante testá-lo para chegar bem ao Mundial de Roterdã [em outubro]."
Pelos resultados nas finais de ontem, o atleta receberá cerca de R$ 3.200 de prêmio. A próxima Copa, que terá outros nove eventos em 2010, será em 7 de maio, na Eslovênia.


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