|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil faz aposta em experiência na piscina de Pequim
Equipe encolhe em relação a Atenas, e confederação alega
que atletas estão "mais testados" do que nos últimos Jogos
Participação das mulheres na seleção aumenta, mas esperança de medalhas segue com os homens, como Thiago Pereira e César Cielo
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Uma equipe menor, mas
muito mais experiente. Essa é a
aposta da natação brasileira para a Olimpíada de Pequim.
Até agora, o Brasil conta com
17 atletas em sua seleção, além
de dois reservas para os revezamentos masculinos. Nos Jogos
de Atenas, em 2004, 23 nadadores caíram na piscina.
Naquele grupo, no entanto, já
estavam promessas como
Thiago Pereira, Kaio Márcio e
Joanna Maranhão, hoje os
principais nomes da equipe.
"Os novatos estão cada vez
mais experientes. Nos últimos
quatro anos, todos fizeram
mais competições, foram mais
testados. Acredito que seja uma
equipe muito mais madura e
focada do que a de Atenas",
afirma Ricardo de Moura, diretor da Confederação Brasileira
de Desportos Aquáticos.
A natação feminina também
deu salto de qualidade. Na Grécia, só três nadadoras tinham
índice A -Flávia Delaroli, Rebeca Gusmão e Joanna.
Com as marcas obtidas no
Troféu Maria Lenk, encerrado
ontem, cinco atletas fizeram o
tempo para viajar a Pequim.
Além de Joanna e Flávia, Fabíola Molina engrossou a lista
das mais experientes.
Com elas, irão viajar Gabriella Silva, 19, e Daynara de Paula,
18, maior surpresa da delegação. As duas travaram acirrada
disputa nos 100 m borboleta,
prova em que Gabriella bateu o
recorde sul-americano.
"Mesmo com os problemas
que enfrentaram, as meninas
conseguiram se superar", afirma Moura, referindo-se ao doping de Rebeca Gusmão.
Sem seus tempos, o Brasil,
além de perder uma atleta na
equipe, viu anuladas as marcas
de revezamentos.
As principais esperanças de
medalhas, porém, continuam a
ser nas provas masculinas.
Não à toa, Kaio Márcio, Thiago Pereira e César Cielo, que estreará nos Jogos Olímpicos, tiveram programação especial
bancada pela CBDA.
Kaio, por exemplo, passou
dois meses nos EUA. Thiago
também fez uma série de competições fora do país. Cielo, que
já defende uma universidade
norte-americana, terá seu técnico, Brett Hawke, como membro do time brasileiro.
"Foi muito bom para o Thiago nadar contra os melhores do
mundo, sentir o clima de competição e ter parâmetros. Ele é
hoje um nadador muito mais
preparado e focado", afirmou
Fernando Vanzella, que também acompanhará o pupilo.
Os outros treinadores do
Brasil na China serão Rosane
Carneiro, de Kaio, e Alberto
Pinto, do Pinheiros, que trabalha, entre outros, com Flávia e
Nicholas dos Santos.
Além da "tropa de elite" criada pela confederação, o Brasil
ganhou reforço de atletas do
"pelotão intermediário", mas
que têm mostrado capacidade
de brigar com os melhores do
mundo, como Guilherme Guido e Henrique Barbosa.
"É bom não ser nem o favorito nem o azarão, porque você só
pode melhorar. Se eu conseguir
quebrar a barreira do 1min, vou
com tudo para brigar por uma
medalha. Sei que posso render
mais, e o Maria Lenk me deu
um gás ainda maior", afirmou
Barbosa, 1min00s79 nos 100 m
peito, vencedor da disputa em
que quatro atletas atingiram o
índice olímpico.
Texto Anterior: Djokovic é campeão e vira ameaça para Nadal Próximo Texto: Revezamento: Mulheres torcem por vagas no 4 x 100 m livre e medley Índice
|