São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2008

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Brasil faz aposta em experiência na piscina de Pequim

Equipe encolhe em relação a Atenas, e confederação alega que atletas estão "mais testados" do que nos últimos Jogos

Participação das mulheres na seleção aumenta, mas esperança de medalhas segue com os homens, como Thiago Pereira e César Cielo


MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Uma equipe menor, mas muito mais experiente. Essa é a aposta da natação brasileira para a Olimpíada de Pequim.
Até agora, o Brasil conta com 17 atletas em sua seleção, além de dois reservas para os revezamentos masculinos. Nos Jogos de Atenas, em 2004, 23 nadadores caíram na piscina.
Naquele grupo, no entanto, já estavam promessas como Thiago Pereira, Kaio Márcio e Joanna Maranhão, hoje os principais nomes da equipe.
"Os novatos estão cada vez mais experientes. Nos últimos quatro anos, todos fizeram mais competições, foram mais testados. Acredito que seja uma equipe muito mais madura e focada do que a de Atenas", afirma Ricardo de Moura, diretor da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.
A natação feminina também deu salto de qualidade. Na Grécia, só três nadadoras tinham índice A -Flávia Delaroli, Rebeca Gusmão e Joanna.
Com as marcas obtidas no Troféu Maria Lenk, encerrado ontem, cinco atletas fizeram o tempo para viajar a Pequim.
Além de Joanna e Flávia, Fabíola Molina engrossou a lista das mais experientes.
Com elas, irão viajar Gabriella Silva, 19, e Daynara de Paula, 18, maior surpresa da delegação. As duas travaram acirrada disputa nos 100 m borboleta, prova em que Gabriella bateu o recorde sul-americano.
"Mesmo com os problemas que enfrentaram, as meninas conseguiram se superar", afirma Moura, referindo-se ao doping de Rebeca Gusmão.
Sem seus tempos, o Brasil, além de perder uma atleta na equipe, viu anuladas as marcas de revezamentos.
As principais esperanças de medalhas, porém, continuam a ser nas provas masculinas.
Não à toa, Kaio Márcio, Thiago Pereira e César Cielo, que estreará nos Jogos Olímpicos, tiveram programação especial bancada pela CBDA.
Kaio, por exemplo, passou dois meses nos EUA. Thiago também fez uma série de competições fora do país. Cielo, que já defende uma universidade norte-americana, terá seu técnico, Brett Hawke, como membro do time brasileiro.
"Foi muito bom para o Thiago nadar contra os melhores do mundo, sentir o clima de competição e ter parâmetros. Ele é hoje um nadador muito mais preparado e focado", afirmou Fernando Vanzella, que também acompanhará o pupilo.
Os outros treinadores do Brasil na China serão Rosane Carneiro, de Kaio, e Alberto Pinto, do Pinheiros, que trabalha, entre outros, com Flávia e Nicholas dos Santos.
Além da "tropa de elite" criada pela confederação, o Brasil ganhou reforço de atletas do "pelotão intermediário", mas que têm mostrado capacidade de brigar com os melhores do mundo, como Guilherme Guido e Henrique Barbosa.
"É bom não ser nem o favorito nem o azarão, porque você só pode melhorar. Se eu conseguir quebrar a barreira do 1min, vou com tudo para brigar por uma medalha. Sei que posso render mais, e o Maria Lenk me deu um gás ainda maior", afirmou Barbosa, 1min00s79 nos 100 m peito, vencedor da disputa em que quatro atletas atingiram o índice olímpico.


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