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São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003

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AÇÃO

X-Tudo

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Demorou, mas os X-Games finalmente cederam ao surfe. No dia 9 de agosto, na surf-city, Huntington Beach, na Califórnia (EUA), o esporte fará sua estréia nas famosas Olimpíadas radicais.
Considerado o primeiro grande esporte de ação, o surfe sempre foi marginalizado pela organização dos X-Games. O motivo, segundo ela, era o fato de se tratar de uma atividade muito individualista e de difícil cobertura eletrônica.
"Vínhamos tentando encontrar uma maneira de incorporar o surfe à lista de esportes dos Jogos", disse o gerente-geral dos X-Games, Chris Stiepock. "O formato que achamos que pode ser executado nas mais variadas condições climáticas e de swell oferece um esquema competitivo que é muito simples de ser entendido e, ao mesmo tempo, gera ação contínua, o que permite com que nossas câmeras registrem tudo."
Ao tal formato revolucionário: dois times de oito surfistas competirão em quatro baterias. Quatro surfistas de cada time vão para a água em uma mesma bateria. Na seguinte, os outros quatro entram, e assim alternadamente.
As duas melhores notas de cada surfista do time são somadas para a pontuação final. Cada equipe terá um técnico, que escalará o grupo de quatro, podendo fazer três substituições. Cada time terá direito a um "wild card" e poderá convidar um estrangeiro. O formato foi pensado pelo ex-competidor Brad Gerlach e a idéia é criar rivalidade entre equipes da Costa Leste e da Oeste. Afinal, a ESPN International sabe que, sem rivalidade, não tem show.
 
Mas, se a intenção é fazer com que o formato de times seja popularizado, talvez produtores do evento tenham que rever conceitos. O Global X-Games, criado com a idéia de promover disputas coletivas, não funcionou como esperado. A equipe sul-americana, cujo destaque eram os brasileiros, foi fartamente celebrada, mas terminou em último. A ESPN International chegou a usar a imagem das feras do Brasil em sua revista para promover a competição.
Num anúncio de página inteira, Fabíola da Silva, Bob Burnquist e Sandro "Mineirinho" Dias posavam de braços cruzados e cara de poucos amigos "contra" algumas das feras da equipe norte-americana. Graças ao fraco desempenho dos sul-americanos, a rivalidade ficou só no papel.
 
Briga boa mesmo é a de emissoras de TV pelo filão "jovens extremos". Desde que, em 1995, a ESPN International lançou o então revolucionário conceito da Olimpíada radical e deu a ele o nome de X-Games, a rival midiática NBC está de olho. Em 1998, a emissora de TV aberta finalmente fez valer seu Gravity Games. Para diferenciá-lo do concorrente e líder de mercado, providenciou um ar de festividade.
Simultaneamente às disputas acontecem megaconcertos de rock e uma feira de produtos esportivos. Mas os números ainda pendem para os pioneiros. A seguir, os X-Games de verão, em Los Angeles, em julho, e os Gravity Games, em Cleveland, em setembro.

Wakeboard
A terceira etapa do circuito brasileiro será disputada neste fim de semana em Brasília, e o líder do ranking garante uma vaga nos X-Games. Para o atual líder, Fábio de La Rosa, basta um quinto lugar.

Tow In
A previsão de um swell de 20 pés para os próximos dias deixou os 12 convidados, entre eles Carlos Burle, em alerta máximo para o Red Bull Big Wave África, que acontece em Dungeons, na África do Sul.

Abertura de temporada
Três tempestades já trouxeram neve suficiente e, neste fim de semana, Portillo e Valle Nevado, no Chile, e Las Leñas e Chapelco, na Argentina, põem seus lifts para funcionar.

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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