São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ataque corintiano é nova vítima da Ilha do Sport

No caldeirão de Recife, paulistas não marcam pela 1ª vez na Copa do Brasil-08

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
Carlinhos Bala festeja após fazer o primeiro gol do Sport na final

Sport 2
Corinthians 0

DOS ENVIADOS A RECIFE

Para a história, as falhas do goleiro Felipe serão o principal retrato da derrota do Corinthians para o Sport na final da Copa do Brasil. Mas o ataque do time também tem uma imensa parcela de culpa -a torcida ainda pode reclamar do juiz Alício Pena Júnior, que não marcou um pênalti em cima do uruguaio Acosta perto do final.
Pela primeira vez na campanha de 11 partidas da equipe na competição, a artilharia corintiana passou em branco. O time somava 26 gols. Mas ontem foi uma negação.
Fruto da força da equipe pernambucana na Ilha do Retiro. Lá caíram quatro grandes clubes -Palmeiras, Internacional, Vasco e Corinthians-, que juntos somam 15 títulos do Campeonato Brasileiro.
Só que ontem o Sport não teve o mesmo início arrasador de outros confrontos. O Corinthians começou marcando bem, e poucas chances dava ao adversário nordestino.
O clima morno só era quebrado por Herrera, que por seguidas vezes discutia com os adversários, além de fazer e sofrer muitas faltas.
Assim, ele foi o primeiro advertido com o cartão amarelo pelo Alício Pena Júnior, cuja indicação para o confronto agradou aos dois finalistas -ambos temiam a escalação de Carlos Eugênio Simon, que também estava no sorteio.
Logo depois, aos 25min, Nelsinho Baptista agiu para tentar acender sua equipe, colocando o atacante Enílton na vaga do meia Kássio. Assim, o treinador do Sport montou a equipe com o desenho tático que treinou durante a semana.
E não demorou para a ousadia pernambucana dar resultado. Até então implacável, a marcação corintiana falhou aos 35min e deixou Carlinhos Bala livre, que chutou cruzado e rasteiro para abrir o placar. Até então calada, a torcida do time da casa se inflamou.
E ganhou mais motivos para comemorar aos 38min, quando Luciano Henrique chutou, meio desajeitado, da entrada da área para fazer o segundo gol do Sport, com a ajuda de Felipe, que falhou feio ao deixar a bola passar sob suas pernas.
Atordoado, o Corinthians só criou alguma coisa nos dois minutos finais da primeira etapa, numa série de escanteios.
Em desvantagem, foi a vez de o corintiano Mano Menezes mudar para mandar seu time ao ataque. Na volta do segundo tempo, os paulistas voltaram com Lulinha e Acosta nos lugares dos apagados Carlos Alberto e Diogo Rincón.
Só que a idéia de Mano não se mostrou tão luminosa como a de Nelsinho no primeiro tempo. O Corinthians não conseguia articular nada. Vivia de chutões do goleiro Felipe, quase sempre interceptados, com extrema facilidade, pela retaguarda do Sport.
Mas desastroso mesmo foi o resultado da terceira substituição -a entrada de Wellington Saci no lugar de Dentinho. Logo na sua primeira participação, aos 27min, o lateral-esquerdo foi expulso por agredir o herói Carlinhos Bala quando a bola já estava fora de campo.
Desorganizado, o Corinthians tentou o gol que lhe daria o título no desespero. Até chegou a criar chances, a principal aos 42min, quando Acosta dominou na área, demorou para chutar, mas, antes de tocar a bola com a mão, foi derrubado por Magrão, no único erro grave de Alício Pena Júnior.
"Perdemos o título por causa do árbitro. O Alício é muito fraco e suscetível à pressão", afirmou o vice de futebol corintiano Mário Gobbi.
(LUÍS FERRARI E PAULO GALDIERI)


Texto Anterior: Felipe devolve Corinthians ao plano B
Próximo Texto: Estatística: Estádio foi essencial para o campeão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.