São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

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sport é campeão!

Felipe devolve Corinthians ao plano B

Falha gritante do goleiro elimina chance de chegar à Libertadores antes de voltar à elite nacional e decreta fim da paz

Em três minutos, Sport conquista resultado de 2 a 0 que impede tricampeonato e faz Parque São Jorge reunir seus cacos como há 4 meses

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
ENVIADOS ESPECIAIS A RECIFE

Foram quatro meses de uma vida de sonhos e de esperança para o Corinthians, na possibilidade de voltar a viver melhores momentos e obter a redenção muito antes do previsto. Mas três minutos de pane fizeram a ilusão evaporar.
O Corinthians viu esvair por seus dedos a Copa do Brasil, a grande chance de resgatar o orgulho próprio, dilacerado após conturbada temporada no ano passado pelo rebaixamento.
Pior ainda, escapou por baixo das pernas de Felipe, um de seus principais jogadores, herói da classificação dramática para a decisão, mas vilão ontem no estádio da Ilha do Retiro.
Foi a falha individual do goleiro que tantas vezes salvou o time que decretou o 2 a 0 para o Sport, que deu ao time de Pernambuco o segundo título nacional de sua história. E justamente quando o atleta voltava a recuperar a confiança da torcida, que o execrara no começo do ano pelo jeito como havia negociado aumento de salário -com ameaça de ir embora e troca de farpas com a diretoria.
O gol foi sofrido três minutos depois que Carlinhos Bala abrira o placar e dera início à pane corintiana, que durou poucos momentos, mas foi o suficiente para perder a vaga na Libertadores antes mesmo de voltar à primeira divisão do Brasileiro.
Dramático tanto como o restante da épica partida em Recife que terminou com o Sport campeão. A decepção derrubou o Corinthians -literalmente, já que jogadores do clube, com mãos à cabeça, desabaram no gramado sem acreditar que haviam sido derrotados.
O fim da aventura que beirou o momento redentor jogou o Corinthians ontem na dura realidade que a campanha na Copa do Brasil e, antes, o Campeonato Paulista ajudavam a maquiar: é o fim do contato com a elite até a temporada 2009, na melhor hipótese.
E, ironia, a despedida dos torneios de ponta do país aconteceu no idealizado clima de Série B. Com guerra de nervos antes do jogo, acusações e ofensas entre as diretorias de Sport e Corinthians por conta de ingressos, e maioria absoluta de torcedores contra si, num duelo em que carrinhos e chutões substituíram os passes refinados e jogadas de efeito.
Agora resta ao Corinthians fazer o exercício tão duramente aprendido em 2007: juntar seus cacos. De novo.
O sonho de redenção agora dá lugar à realidade que se apresentará até o fim do ano. A realidade da segunda divisão.


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