São Paulo, sábado, 12 de junho de 2010 |
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TOSTÃO No fundo da alma
COMO SE ESPERAVA, o Grupo A é o mais equilibrado. Foram dois empates. Não foi surpresa o empate da França com o Uruguai. A África do Sul, por jogar em casa, iguala-se às outras seleções do grupo. Argentina e Inglaterra, duas seleções candidatas ao titulo, jogam hoje, respectivamente, contra Nigéria e Estados Unidos. Ficarei surpreso se a Argentina não vencer. Mas não ficarei surpreso se a Inglaterra não ganhar dos norte-americanos. Diferentemente do Brasil, que já definiu, há muito tempo, a escalação e um esquema tático, Maradona tem ainda algumas dúvidas. Ele não sabe se vai escalar Messi e mais um ou dois atacantes, se vai colocar Gutiérrez de meia ou de lateral direito e se vai jogar com uma linha de três ou de quatro defensores. Maradona, fumando um charuto após o treino, disse, em mais uma declaração apaixonada, que vai sair nu pelas ruas de Buenos Aires se a Argentina for campeã. Se isso ocorrer, será uma desvalorização e uma desmoralização dos treinadores científicos, disciplinados e autoritários de todo o mundo. Isso pode fazer bem para o futebol. Assim como ocorria com Ronaldinho, os argentinos reclamam de que Messi não joga na seleção com o brilho que tinha no Barcelona. É compreensível. No time catalão, aonde chegou com 13 anos, Messi encontrou as condições ideais para se tornar um fenômeno. Ele se sente mais à vontade no Barcelona do que na seleção argentina. Isso não tem nada a ver com falta de amor à pátria. Mas, se a Argentina for campeã e Messi fizer um gol espetacular, parecido com o de Maradona na Copa de 1986, ele vai ter o prestígio que tem Maradona na história do futebol mundial. Porém Messi, por ser tímido, nunca será um personagem tão marcante como é Maradona. Messi nunca será uma religião. Maradona disse que esta será a Copa do Mundo de Messi. Imagino que, no fundo da alma de Maradona, onde vivem, como em todos os seres humanos, contraditórios sentimentos e os mais estranhos desejos, ele gostaria que a seleção argentina ganhasse o titulo, que Messi tivesse uma boa atuação, já que o time depende dele, mas que Messi não fosse espetacular. Vaidades, nada mais que vaidades. Texto Anterior: Norte-americanos apostam em seus atletas "ingleses' Próximo Texto: Entrevista Orlando Silva Jr.: Morumbi-14 não é problema federal Índice |
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