São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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FUTEBOL
Oliveira volta a "clonar" ex-técnico Wanderley Luxemburgo para tentar recriar clima da final do Brasileiro-98
Corinthians veta Dia dos Namorados

Jorge Araújo/Folha Imagem
O técnico Oswaldo de Oliveira conversa com o meia-atacante Marcelinho antes do treinamento realizado ontem à tarde, no Parque São Jorge


MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local

Os jogadores do Corinthians foram proibidos pelo técnico Oswaldo de Oliveira de festejar o Dia dos Namorados hoje.
Eles não vão poder receber ninguém na concentração, nem mesmo familiares, para não desviarem a atenção da primeira partida das finais do Campeonato Paulista, amanhã, às 17h, no estádio do Morumbi, contra o Palmeiras.
Oliveira exigiu ainda que todos os jogadores do time, mesmo os que não devem ficar no banco de reserva amanhã, se concentrem.
A medida foi anunciada ontem pelo treinador, que vem procurando seguir à risca os passos do técnico Wanderley Luxemburgo, de quem foi auxiliar na conquista do título Brasileiro de 98.
""Eles têm muito tempo para namorar. Não vou permitir ninguém na concentração. Seu eu não pude ver a minha mãe no Dia das Mães por causa do trabalho, eles podem muito bem ficar sem suas namoradas ou mulheres neste sábado", afirmou Oliveira.
Segundo o treinador corintiano, em uma decisão é preciso criar ""algo especial" para fazer com que os jogadores fiquem cientes da realidade que estão vivendo.
""Se a decisão foi tomada, a gente tem que obedecer. E nada de namorar neste Dia dos Namorados", afirmou o volante Vampeta.
Para o jogador, o técnico corintiano está recriando o mesmo clima de Luxemburgo em 98 para a conquista do Brasileiro. ""Esse negócio de concentrar todo mundo, por exemplo, também é uma fórmula de Luxemburgo que está sendo ressuscitada."
""A conduta é a mesma. O Oswaldo está seguindo o mesmo caminho do Luxemburgo. É como se fosse o mesmo trabalho", afirmou o meia-atacante Marcelinho.
O próprio treinador admite que vem procurando seguir à risca a conduta do atual técnico da seleção brasileira, usando os mesmos artifícios que ele utilizou no ano passado.
""A gente tem trocado idéias por telefone. Aliás, ainda sou o seu auxiliar na seleção. Tanto dou opinião sobre o time do Brasil como ouço conselhos sobre o Corinthians. Tenho procurado seguir o exemplo do Brasileiro. Seguimos a mesma linha de pensamento."
Essa linha está, além das medidas linha dura adotadas e do retorno da psicóloga Suzy Fleury ao time -ela havia sido dispensada pelo ex-técnico Evaristo de Macedo-, nas palestras que Oliveira vem proferindo aos jogadores.
Ele tem usado um tom ora ríspido, esbravejando, ora motivador, ao mesmo tempo abrindo espaço para que os atletas apresentem suas posições e participem de algumas decisões internas.
""Tenho procurado colher aquilo que eles pensam. Apesar de a campanha do Corinthians no Brasileiro ter sido bem diferente da do Paulista, em uma competição foi uniforme e na outra, conturbada, sinto o mesmo clima da final do ano passado. E isso é bom. Pode ser um indício de título à vista."


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