São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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Entidades querem receber

da Reportagem Local

Três entidades ligadas ao futebol alegam direitos sobre os R$ 656 mil arrecadados até agora com as multas de cartões impostas aos jogadores.
Além da Federação Paulista, disputam o dinheiro a Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP) e o sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo.
De acordo com o artigo 57 da Lei Pelé, "todas as penalidades disciplinares aplicadas aos atletas profissionais pelas entidades de prática desportiva (...) ou TJDs" devem ser repassadas de forma integral à FAAP.
Até o momento, a FAAP alega que a Federação Paulista não deu o dinheiro arrecadado com as multas. "Não tenho nenhuma guia que comprove o pagamento dessa quantia pela FPF. Não recebemos nenhum real desse montante", afirmou o superintendente da FAAP, Márcio Tanus.
A FAAP não pretende acionar judicialmente a entidade paulista. "Buscamos sempre o acordo. Queremos sensibilizar os dirigentes."
Já o sindicato dos atletas entende que tem direito a R$ 524.800. "A FAAP tem que nos repassar 80% do dinheiro. Nosso problema não é com a Federação. Se não nos pagarem, entraremos com ação contra a FAAP para que a lei seja cumprida", diz o presidente do sindicato, Rinaldo Martorelli.
A "lei" a que Martorelli se refere é o decreto nº 2.574, que prevê que as entidades estaduais de apoio aos atletas (que em São Paulo é o sindicato) têm direito a essa porcentagem das multas. "Nós que devemos escolher a quem e que parte desse dinheiro devemos repassar."
Segundo Tanus, o decreto prejudica os jogadores. "Imagine se o Piauí, que tem boa parte de seus atletas em situação financeira ruim, recebesse 80% do que arrecada. Não receberia quase nada porque lá ninguém paga multa. Isso é o mesmo que dizer que São Paulo deve receber repasse do Imposto de Renda muito maior que os outros Estados. A injustiça aumentaria", afirmou Tanus.
A Folha tentou ouvir o presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, por meio de sua assessoria de imprensa, desde a última quinta-feira, mas não obteve nenhuma resposta. (FM)


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