São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

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VÔLEI

Bons sinais

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Quem não viu perdeu. A seleção brasileira deu show na última rodada do Grand Prix e derrotou a poderosa China, a favorita ao ouro olímpico em Atenas, por 3 sets a 1. O melhor é que o Brasil está começando a se acertar. O time sacou bem, mostrou boa recepção e teve duas ponteiras perfeitas: Érika e Virna.
O ponto falho ainda está na posição de oposta. O time ontem começou com Leila. A partir do terceiro set, ela foi substituída por Bia, também irregular. As duas, mais Elisângela, brigam por uma vaga entre as 12 que vão a Atenas. Das três, eu apostaria em Leila. A titular será Mari, que só vai jogar na fase decisiva.
O lamentável é que nas duas próximas etapas do Grand Prix o Brasil não pegará as grandes seleções: China, Rússia, Itália e EUA. Só vai encontrá-las na fase final. Além das brasileiras, só as italianas e as cubanas estão invictas. A Itália venceu a Rússia, e a surpreendente Cuba bateu os EUA.
Já na Liga Mundial, três campeões e um azarão vão decidir o título a partir de sexta-feira, em Roma. Os finalistas são: Brasil, atual campeão mundial, Sérvia e Montenegro, ouro nos Jogos de Sydney, Itália, campeã européia, e a zebra Bulgária, que nem conseguiu se classificar para a Olimpíada de Atenas.
O Brasil é o único com 100% de aproveitamento na Liga, mas vale lembrar que o time não teve grandes rivais na fase de classificação. Enfrentou Grécia, Portugal e Espanha, seleções técnica e taticamente bem inferiores à seleção brasileira, e apresentou, principalmente, problemas no saque.
A tabela das finais não foi generosa com o Brasil. Como tem a melhor campanha, estreará contra a Bulgária. O outro jogo será Itália x Sérvia. Se confirmar o favoritismo, o Brasil pegará na segunda rodada o perdedor da outra partida. Os vencedores da segunda rodada decidirão o título.
O que vai valer é o resultado da segunda rodada, quando o Brasil pega o rival mais forte: Itália ou Sérvia. Se perder esse jogo, mesmo vencendo na estréia e invicto na Liga, vai estar fora da final. Outro exemplo: se a Itália perder para os sérvios, mas vencer o Brasil no segundo jogo, irá à final.
O regulamento é injusto. O correto seria os quatro times se enfrentarem. Quem tivesse a melhor campanha seria o campeão. A Itália tem a vantagem de jogar em casa, mas o time melhorou com o técnico Montali. Ele tem apostado na mescla de trintões, como Sartoretti, Tofoli e Giani, com jogadores mais jovens.
A Sérvia tem como principal estrela o atacante Ivan Miljkovic, 2,06 m e um verdadeiro tormento para os bloqueios adversários. Para completar tem um levantador talentoso, Nikola Grbic, e um paredão na rede comandado por Geric e Mester. Outra vantagem é o conjunto. É um time que joga junto há muito tempo.
E a Bulgária, hein? Dizem que conta com a melhor geração de atletas desde 86, quando o país foi bronze no Mundial da França. Os destaques são Nikolov, o maior pontuador da equipe, e o novato Kaziyski, 19 anos e 2,02 m. Mas, por enquanto, o time é candidato a lanterna da fase final.

Surpresa
A seleção dos EUA tem mostrado força. O time do técnico Doug Beal bateu a Rússia, reforçada por Dineikine, por 3 sets a 2 na decisão de um torneio amistoso que reuniu países que estão fora da Liga Mundial. Na fase de classificação, os russos tinham vencido por 3 sets a 0. Pelo terceiro lugar, a Argentina derrotou a Tunísia por 3 sets a 2.

Sorteio
O sorteio e a distribuição das chaves para os torneios de qualificação dos Mundiais de 2006 serão realizados na sexta-feira, em Roma. A competição tem número recorde de inscritos: 174 no total, das quais 97 no masculino e 77 no feminino. Como organizador, o Japão já está classificado nos dois torneios. O Brasil, campeão mundial no masculino, e a Itália, no feminino, também já têm suas vagas asseguradas.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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