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VÔLEI
Bons sinais
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Quem não viu perdeu. A seleção brasileira deu show na
última rodada do Grand Prix e
derrotou a poderosa China, a favorita ao ouro olímpico em Atenas, por 3 sets a 1. O melhor é que
o Brasil está começando a se acertar. O time sacou bem, mostrou
boa recepção e teve duas ponteiras perfeitas: Érika e Virna.
O ponto falho ainda está na posição de oposta. O time ontem começou com Leila. A partir do terceiro set, ela foi substituída por
Bia, também irregular. As duas,
mais Elisângela, brigam por uma
vaga entre as 12 que vão a Atenas.
Das três, eu apostaria em Leila. A
titular será Mari, que só vai jogar
na fase decisiva.
O lamentável é que nas duas
próximas etapas do Grand Prix o
Brasil não pegará as grandes seleções: China, Rússia, Itália e EUA.
Só vai encontrá-las na fase final.
Além das brasileiras, só as italianas e as cubanas estão invictas. A
Itália venceu a Rússia, e a surpreendente Cuba bateu os EUA.
Já na Liga Mundial, três campeões e um azarão vão decidir o
título a partir de sexta-feira, em
Roma. Os finalistas são: Brasil,
atual campeão mundial, Sérvia e
Montenegro, ouro nos Jogos de
Sydney, Itália, campeã européia,
e a zebra Bulgária, que nem conseguiu se classificar para a Olimpíada de Atenas.
O Brasil é o único com 100% de
aproveitamento na Liga, mas vale lembrar que o time não teve
grandes rivais na fase de classificação. Enfrentou Grécia, Portugal
e Espanha, seleções técnica e taticamente bem inferiores à seleção
brasileira, e apresentou, principalmente, problemas no saque.
A tabela das finais não foi generosa com o Brasil. Como tem a
melhor campanha, estreará contra a Bulgária. O outro jogo será
Itália x Sérvia. Se confirmar o favoritismo, o Brasil pegará na segunda rodada o perdedor da outra partida. Os vencedores da segunda rodada decidirão o título.
O que vai valer é o resultado da
segunda rodada, quando o Brasil
pega o rival mais forte: Itália ou
Sérvia. Se perder esse jogo, mesmo
vencendo na estréia e invicto na
Liga, vai estar fora da final. Outro
exemplo: se a Itália perder para os
sérvios, mas vencer o Brasil no segundo jogo, irá à final.
O regulamento é injusto. O correto seria os quatro times se enfrentarem. Quem tivesse a melhor
campanha seria o campeão. A
Itália tem a vantagem de jogar
em casa, mas o time melhorou
com o técnico Montali. Ele tem
apostado na mescla de trintões,
como Sartoretti, Tofoli e Giani,
com jogadores mais jovens.
A Sérvia tem como principal estrela o atacante Ivan Miljkovic,
2,06 m e um verdadeiro tormento
para os bloqueios adversários.
Para completar tem um levantador talentoso, Nikola Grbic, e um
paredão na rede comandado por
Geric e Mester. Outra vantagem é
o conjunto. É um time que joga
junto há muito tempo.
E a Bulgária, hein? Dizem que
conta com a melhor geração de
atletas desde 86, quando o país foi
bronze no Mundial da França. Os
destaques são Nikolov, o maior
pontuador da equipe, e o novato
Kaziyski, 19 anos e 2,02 m. Mas,
por enquanto, o time é candidato
a lanterna da fase final.
Surpresa
A seleção dos EUA tem mostrado força. O time do técnico Doug Beal
bateu a Rússia, reforçada por Dineikine, por 3 sets a 2 na decisão de
um torneio amistoso que reuniu países que estão fora da Liga Mundial. Na fase de classificação, os russos tinham vencido por 3 sets a 0.
Pelo terceiro lugar, a Argentina derrotou a Tunísia por 3 sets a 2.
Sorteio
O sorteio e a distribuição das chaves para os torneios de qualificação
dos Mundiais de 2006 serão realizados na sexta-feira, em Roma. A
competição tem número recorde de inscritos: 174 no total, das quais
97 no masculino e 77 no feminino. Como organizador, o Japão já está
classificado nos dois torneios. O Brasil, campeão mundial no masculino, e a Itália, no feminino, também já têm suas vagas asseguradas.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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