São Paulo, sábado, 12 de julho de 2008 |
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MOTOR E o Troféu Mansell vai para...
FÁBIO SEIXAS EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE NA TEMPORADA passada, a McLaren tinha o melhor carro. Por pouco, mas tinha. O MP4-22 se adaptava a todos os circuitos e, nas pistinhas travadas, dava um banho. Mas não bastou. Alonso brigou com Hamilton e com Dennis, a espionagem da equipe sobre sua principal rival foi escancarada, o novato cometeu erros banais nos últimos GPs do Mundial. E o título ficou com a Ferrari. É a velha imagem do sujeito que "conseguiu perder o campeonato". Imagem que, no caso da F-1, talvez tenha em Mansell o grande expoente. E que a escuderia italiana corre o risco de protagonizar neste 2008. Os elementos, por ora, estão ali. Para "conseguir perder o campeonato", antes é necessário reunir as melhores condições para vencê-lo. É o caso da Ferrari. Inspirada na McLaren de 2007, a F-2008 tem a distância entre-eixos menor, o que aniquilou a diferença entre os carros em pistas como Montréal e Mônaco. Velocidade por velocidade, a Ferrari também é mais carro -Raikkonen cravou a melhor volta nos últimos seis GPs, encostando no recorde de Ascari, que dura desde 1953. Mais: conta com uma dupla experiente. Somados, Massa e Raikkonen já correram 225 GPs, enquanto a rival se apóia em dois pilotos com apenas um ano e meio de F-1, ou 52 corridas nos bolsos dos macacões. Mas sustentar tudo isso é difícil quando há também erros capitais. A começar pelos mais flagrantes, os tropeços nos boxes e no pit wall. Em Mônaco, Raikkonen levou um "drive through" porque a equipe não colocou os pneus em seu carro dentro do limite de tempo no grid. E Massa perdeu a chance de lutar pela vitória por um erro de estratégia. No Canadá, o brasileiro foi vítima de um problema na bomba de abastecimento -Raikkonen, na ocasião, foi vítima de Hamilton mesmo... Na França, o escapamento do fin- landês explodiu a lateral do carro -menos mal para a Ferrari que Massa herdou a ponta e a vitória. E, em Silverstone, o time teimou em deixar os pilotos à mercê da chuva forte com pneus intermediários. Tudo isso preocupa a ponto de Montezemolo ter pedido, no domingo, o fim das "coisas estúpidas". Mas tem mais: o risco de turbulência interna. Que seria detonado, imaginava este colunista, nas últimas provas do Mundial, com a demora do time em eleger um primeiro piloto. Mas que pode ser antecipada com a notícia cravada pelo "El País" de que o Santander, parceiro de Alonso, irá para Ferrari em 2010. O ano está na metade, foram 9 das 18 etapas. Os ferraristas saíram de quatro GPs como líderes. Ao fim de outros cinco, o líder do Mundial era um adversário, Hamilton ou Kubica. O que impede que Interlagos repita este segundo cenário? Por enquanto, nada. A Ferrari está à deriva. E o Troféu Mansell, no horizonte... fseixas@folhasp.com.br Texto Anterior: Indy: Castro Neves sai na pole em Nashville Próximo Texto: José Geraldo Couto: O trigo e o joio Índice |
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