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PRANCHETA DO PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Gol é um detalhe
NÃO IMPORTA que a Espanha tenha se tornado a campeã com pior ataque. Ou
que o gol de Iniesta tenha
acontecido depois do 16º
chute a gol da Fúria. Digo,
da Roja, apelido que os espanhóis hoje preferem, por
se adequar mais a um time
mais cerebral que furioso.
O risco espanhol de demorar demais para definir
suas jogadas ficou mais sério à medida que o time caiu
na arapuca holandesa, de
picar o jogo com faltas, tirar
velocidade dele, impedir
que a Espanha a afogasse
na defesa como fez com a
Alemanha na semifinal.
Aí a Holanda passou da
medida. Contra um time como a Espanha, que marca
por pressão e tem posse de
bola, como manda seu DNA
herdado do Barcelona, a
Holanda mereceu ser chamada de "antifutebol total".
O avesso do que fez o mundo admirar seu estilo.
A Espanha não fez seu
melhor jogo na Copa. Correu
riscos por entrar no nervosismo holandês, foi ameaçada no contra-ataque que,
por duas vezes, Robben desperdiçou diante de Casillas.
Mas ficou mais forte quando
Fàbregas entrou, no fim do
jogo. Ganhou um armador,
que ofereceu o passe a Iniesta, herói do título.
A Espanha venceu 49 de
seus 54 jogos nos últimos
três anos, empatou três e só
perdeu dois. Os números
exigem que se dê a ela o título de melhor seleção do
mundo, num tempo em que
as seleções perdem para os
clubes a primazia de mostrar o melhor futebol. Num
tempo em que se repete que
não há mais novidade.
Como não? Não é novidade um time que encurrala
alemães e holandeses e rouba bolas no campo de ataque aos 25 minutos do primeiro tempo, como aconteceu na semifinal e na decisão? Hoje a Espanha só é
Fúria pela ânsia de roubar a
bola em qualquer parte do
campo. Fora isso, é cérebro.
É sinônimo de futebol.
NASCEU NA BASE
Xavi, Casillas e Marchena
formam, junto com Maradona e sete brasileiros, um time
de 11 campeões da Copa depois de ganharem o Mundial
sub-20. A Espanha só virou a
melhor seleção do mundo
porque trabalhou para isso.
GANHOU A ARTE
A Espanha ganhou com futebol de toque de bola, à velha moda brasileira. Que nunca mais se repita que não se
vence Copas jogando bonito.
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