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Tri vice
Holanda repete posto da Laranja Mecânica e da sua 2ª versão, mas joga como time pequeno e volta para casa reclamando do árbitro
DE JOHANNESBURGO
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A Holanda nunca havia
apresentado um futebol tão
"comum" num Mundial.
O técnico Bert van Marwijk
armou um time pragmático e
defendeu essa escolha em
discurso. Por causa dessa opção, treinador e equipe compraram briga com Johan
Cruyff e outros ídolos do país.
Sem nenhum brilho, a seleção da Holanda terminou a
Copa de 2010 em segundo
lugar -mesma colocação da
encantadora Laranja Mecânica, de 1974, e de sua segunda versão, de 1978.
O que permite o uso do clichê: a Holanda jogou como
nunca e perdeu como sempre. "Vamos fazer nosso jogo", havia anunciado Van
Marwijk na véspera da final.
Ontem, a seleção holandesa levou ao extremo tais convicções. Abriu mão da posse
de bola, apostou em jogar
nos contra-ataques e foi punida justamente por isso.
A derrota de ontem encerrou uma série invicta de 25
partidas, incluindo as seis
que havia feito nesta Copa.
Cinco desses triunfos haviam sido por apenas um gol
de diferença e em pelo menos
três deles, os três do mata-
-mata antes da final, o adversário deixou o campo reclamando da arbitragem.
"Muita gente me dá conselhos, mas prefiro seguir meu
próprio caminho", dizia Van
Marwijk, quando confrontado com as críticas de Cruyff,
Ronald de Boer, Gullit e outras ex-estrelas holandesas.
Após jogar toda a Copa como "time pequeno", a Holanda voltou para casa reclamando da arbitragem.
"Ele [o juiz] foi muito rigoroso na expulsão do Heitinga", disse o capitão Giovanni
van Bronckhorst. "Aquele
lance, naquele momento, desequilibrou totalmente nosso
sistema defensivo. Logo em
seguida tomamos o gol."
O atacante Robben, grande esperança de gols e um
dos responsáveis por carregar a Holanda até a decisão,
afirmou que, "para uma final
da Copa, é preciso ter um árbitro de final de Copa".
"Eu não quero falar sobre
esse assunto, deixo para vocês da imprensa", disse.
"Mas, no vestiário, não se falava de outra coisa. É uma pena."
(FÁBIO ZANINI, EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS, RODRIGO BUENO, RODRIGO
MATTOS E SÉRGIO RANGEL)
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