São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2010

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Tri vice

Holanda repete posto da Laranja Mecânica e da sua 2ª versão, mas joga como time pequeno e volta para casa reclamando do árbitro

DE JOHANNESBURGO
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

A Holanda nunca havia apresentado um futebol tão "comum" num Mundial.
O técnico Bert van Marwijk armou um time pragmático e defendeu essa escolha em discurso. Por causa dessa opção, treinador e equipe compraram briga com Johan Cruyff e outros ídolos do país.
Sem nenhum brilho, a seleção da Holanda terminou a Copa de 2010 em segundo lugar -mesma colocação da encantadora Laranja Mecânica, de 1974, e de sua segunda versão, de 1978.
O que permite o uso do clichê: a Holanda jogou como nunca e perdeu como sempre. "Vamos fazer nosso jogo", havia anunciado Van Marwijk na véspera da final.
Ontem, a seleção holandesa levou ao extremo tais convicções. Abriu mão da posse de bola, apostou em jogar nos contra-ataques e foi punida justamente por isso.
A derrota de ontem encerrou uma série invicta de 25 partidas, incluindo as seis que havia feito nesta Copa.
Cinco desses triunfos haviam sido por apenas um gol de diferença e em pelo menos três deles, os três do mata- -mata antes da final, o adversário deixou o campo reclamando da arbitragem.
"Muita gente me dá conselhos, mas prefiro seguir meu próprio caminho", dizia Van Marwijk, quando confrontado com as críticas de Cruyff, Ronald de Boer, Gullit e outras ex-estrelas holandesas.
Após jogar toda a Copa como "time pequeno", a Holanda voltou para casa reclamando da arbitragem.
"Ele [o juiz] foi muito rigoroso na expulsão do Heitinga", disse o capitão Giovanni van Bronckhorst. "Aquele lance, naquele momento, desequilibrou totalmente nosso sistema defensivo. Logo em seguida tomamos o gol."
O atacante Robben, grande esperança de gols e um dos responsáveis por carregar a Holanda até a decisão, afirmou que, "para uma final da Copa, é preciso ter um árbitro de final de Copa".
"Eu não quero falar sobre esse assunto, deixo para vocês da imprensa", disse. "Mas, no vestiário, não se falava de outra coisa. É uma pena."
(FÁBIO ZANINI, EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS, RODRIGO BUENO, RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)


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