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Dito e feitos
Philippe Desmazes/France Presse
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Com "mais calma e menos gordurinha" do que em Atlanta-96, quando foi bronze, Ana Paula treina pelo ouro na areia do Complexo de Faliro |
Favoritos do Brasil buscam medalhas, mas podem também encontrar no pódio façanhas pessoais
MARIANA LAJOLO
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma medalha olímpica vale
muito. Mas para um pequeno
exército de brasileiros um pódio
em Atenas valerá muito mais.
Os Jogos que começam amanhã
serão um prato cheio para atletas
que, favoritos em seu esportes,
podem não só ostentar uma medalha como também quebrar
uma série de recordes individuais.
Na vela, Torben Grael tem
chance de se isolar como o único
brasileiro com cinco medalhas
olímpicas. Se vencer na classe
star, ele também pode igualar
Adhemar Ferreira da Silva, o único bicampeão olímpico do país.
Grael não é o único que busca o
feito entre os homens. Robert
Scheidt, na laser, é outro que tenta
a segunda medalha dourada.
Gustavo Borges também pode
chegar ao quinto pódio na natação, mas seus resultados recentes
não o credenciam para isso.
"Meu objetivo é alcançar uma
final no revezamento. Essa geração é diferente da de Sydney. Não
estamos tão bem", acredita ele.
Mais confiante, Grael, aos 44
anos, tenta ainda figurar como o
mais velho campeão do país.
"Fizemos uma preparação muito melhor do que a para a última
Olimpíada", comemora Grael.
Giovane e Maurício, no vôlei,
também são candidatos ao bis do
ouro e ainda serão os pioneiros
em um esporte coletivo. "Me considero um dos favoritos a ganhar
uma medalha, mas não sou mago,
não sou vidente", afirma Giovane.
O levantador, por sua vez, já
iguala Oscar ao disputar cinco Jogos em um
esporte coletivo.
Na prancheta, dois
homens também são
candidatos a recordes
em Atenas. Bernardinho e José Roberto
Guimarães, dos times
masculino e feminino
de vôlei, podem ser os
primeiros técnicos a
triunfarem com equipes de sexos diferentes.
Bernardinho tem dois bronzes
com as mulheres (Atlanta-96 e
Sydney-00), e Zé Roberto foi ouro
com os homens em Barcelona-92.
Mas é no lado feminino da equipe que está o grosso dos recordes.
O mais inusitado está nas mãos
de Ana Paula. Medalhista na quadra em 96, ela pode ser a primeira
brasileira a subir no pódio em
duas modalidades -está entre as
favoritas no vôlei de praia.
"Quero uma medalha olímpica
para pôr minha dupla na história", afirma a jogadora.
Sua parceira, Sandra Pires, é outra que busca um recorde. Ouro
em Atenas, pode se tornar a primeira bicampeã olímpica do país.
Sandra, que também foi bronze
em Sydney, tem rivais na luta pela
terceira medalha entre as mulheres, outro fato inédito. As concorrentes são a ala Janeth e as pivôs
Alessandra e Cíntia Tuiú, do basquete (prata em Atlanta e bronze
em Sydney), a levantadora Fofão
e a ponta Virna, do vôlei, bronze
nos dois últimos Jogos.
Já Daiane dos Santos, favorita
no solo, pode ser a primeira ginasta negra campeã olímpica.
"Ela só tem obrigação de fazer o
que está habituada", diz Eliane
Martins, chefe da delegação.
O time feminino de futebol, que
ontem derrotou a Austrália na estréia, tem três candidatas a serem
as primeiras adolescentes do país
em um pódio Olímpico -Cristiane, 19, Kelly, 19, e Marta, 18.
Colaboraram os enviados a Atenas
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