São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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Dito e feitos

Philippe Desmazes/France Presse
Com "mais calma e menos gordurinha" do que em Atlanta-96, quando foi bronze, Ana Paula treina pelo ouro na areia do Complexo de Faliro


Favoritos do Brasil buscam medalhas, mas podem também encontrar no pódio façanhas pessoais

MARIANA LAJOLO
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma medalha olímpica vale muito. Mas para um pequeno exército de brasileiros um pódio em Atenas valerá muito mais.
Os Jogos que começam amanhã serão um prato cheio para atletas que, favoritos em seu esportes, podem não só ostentar uma medalha como também quebrar uma série de recordes individuais.
Na vela, Torben Grael tem chance de se isolar como o único brasileiro com cinco medalhas olímpicas. Se vencer na classe star, ele também pode igualar Adhemar Ferreira da Silva, o único bicampeão olímpico do país.
Grael não é o único que busca o feito entre os homens. Robert Scheidt, na laser, é outro que tenta a segunda medalha dourada.
Gustavo Borges também pode chegar ao quinto pódio na natação, mas seus resultados recentes não o credenciam para isso.
"Meu objetivo é alcançar uma final no revezamento. Essa geração é diferente da de Sydney. Não estamos tão bem", acredita ele.
Mais confiante, Grael, aos 44 anos, tenta ainda figurar como o mais velho campeão do país.
"Fizemos uma preparação muito melhor do que a para a última Olimpíada", comemora Grael.
Giovane e Maurício, no vôlei, também são candidatos ao bis do ouro e ainda serão os pioneiros em um esporte coletivo. "Me considero um dos favoritos a ganhar uma medalha, mas não sou mago, não sou vidente", afirma Giovane.
O levantador, por sua vez, já iguala Oscar ao disputar cinco Jogos em um esporte coletivo.
Na prancheta, dois homens também são candidatos a recordes em Atenas. Bernardinho e José Roberto Guimarães, dos times masculino e feminino de vôlei, podem ser os primeiros técnicos a triunfarem com equipes de sexos diferentes.
Bernardinho tem dois bronzes com as mulheres (Atlanta-96 e Sydney-00), e Zé Roberto foi ouro com os homens em Barcelona-92.
Mas é no lado feminino da equipe que está o grosso dos recordes.
O mais inusitado está nas mãos de Ana Paula. Medalhista na quadra em 96, ela pode ser a primeira brasileira a subir no pódio em duas modalidades -está entre as favoritas no vôlei de praia.
"Quero uma medalha olímpica para pôr minha dupla na história", afirma a jogadora.
Sua parceira, Sandra Pires, é outra que busca um recorde. Ouro em Atenas, pode se tornar a primeira bicampeã olímpica do país.
Sandra, que também foi bronze em Sydney, tem rivais na luta pela terceira medalha entre as mulheres, outro fato inédito. As concorrentes são a ala Janeth e as pivôs Alessandra e Cíntia Tuiú, do basquete (prata em Atlanta e bronze em Sydney), a levantadora Fofão e a ponta Virna, do vôlei, bronze nos dois últimos Jogos.
Já Daiane dos Santos, favorita no solo, pode ser a primeira ginasta negra campeã olímpica. "Ela só tem obrigação de fazer o que está habituada", diz Eliane Martins, chefe da delegação.
O time feminino de futebol, que ontem derrotou a Austrália na estréia, tem três candidatas a serem as primeiras adolescentes do país em um pódio Olímpico -Cristiane, 19, Kelly, 19, e Marta, 18.


Colaboraram os enviados a Atenas


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