São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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PINGUE-PONGUE

Aos 34, Ana Paula vira novata e tenta sucesso na areia

DA REPORTAGEM LOCAL

Oito anos depois do bronze em Atlanta, Ana Paula está de volta a uma Olimpíada. Mas, mesmo com a medalha na bagagem, a jogadora de 34 anos se sente como novata. "É como se fosse a primeira vez."
Debutante no vôlei de praia, a ex-atleta da quadra pode se tornar a primeira brasileira a obter medalha em duas modalidades diferentes. No vôlei, só o americano Karch Kiraly obteve o feito: três ouros, dois na quadra e um na areia. (ML)
 

Folha - Você já parou para pensar no feito que pode conseguir em Atenas?
Ana Paula -
Eu sei que só o Karch Kiraly conseguiu esse feito, mas não penso nisso. Eu quero jogar bem. Se isso me render uma marca histórica...

Folha - Você deixou a quadra ainda em alta. Pensou ter feito a escolha errada?
Ana Paula -
Existia uma expectativa grande, eu podia ir para outra Olimpíada na quadra. Mas não foi um erro. A escolha me trouxe até aqui.

Folha - Qual a diferença da Ana Paula bronze em Atlanta para a caloura em Atenas?
Ana Paula -
As gordurinhas a menos. Agora, falando sério, ir para a areia me fez começar tudo de novo. Foi difícil, mas eu aprendi muito. Hoje estou mais madura, mais calma, mas também sou bem mais exigente. Na quadra eu tinha outras cinco para corrigir meus erros, agora sou metade do time.

Folha - Nesse período você também foi mãe. O que mudou na sua vida?
Ana Paula -
Muda tudo, ter filho foi uma grande realização. É complicado viajar e deixar o Gabriel [3 anos], mas ele vai se acostumando. Pediu até para a Sandra cuidar de mim e trazer uma medalha de presente para ele.

Folha - As duplas costumam reclamar do regulamento olímpico, que é diferente do Circuito Mundial. Você teme problemas com isso?
Ana Paula -
É difícil se adaptar a um novo sistema logo na Olimpíada. Vamos ter folga durante a competição, coisa com a qual ninguém está acostumado. Estamos traçando o treinamento para o ritmo não cair.

Folha - Sua dupla com a Sandra foi montada por influência dos patrocinadores. Como vocês lidaram com isso?
Ana Paula -
Não houve pressão nenhuma. Acreditávamos que seríamos uma parceria melhor, como a CBV e os patrocinadores acreditavam. Muitos achavam que eram muitos egos juntos, eu, a Sandra e os dois técnicos [Marcos Miranda e Alemão], mas arriscamos e deu supercerto.


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