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PINGUE-PONGUE
Aos 34, Ana Paula vira novata e tenta sucesso na areia
DA REPORTAGEM LOCAL
Oito anos depois do bronze
em Atlanta, Ana Paula está de
volta a uma Olimpíada. Mas,
mesmo com a medalha na bagagem, a jogadora de 34 anos
se sente como novata. "É como
se fosse a primeira vez."
Debutante no vôlei de praia,
a ex-atleta da quadra pode se
tornar a primeira brasileira a
obter medalha em duas modalidades diferentes. No vôlei, só
o americano Karch Kiraly obteve o feito: três ouros, dois na
quadra e um na areia.
(ML)
Folha - Você já parou para
pensar no feito que pode conseguir em Atenas?
Ana Paula -Eu sei que só o
Karch Kiraly conseguiu esse
feito, mas não penso nisso. Eu
quero jogar bem. Se isso me
render uma marca histórica...
Folha - Você deixou a quadra
ainda em alta. Pensou ter feito
a escolha errada?
Ana Paula - Existia uma expectativa grande, eu podia ir
para outra Olimpíada na quadra. Mas não foi um erro. A escolha me trouxe até aqui.
Folha - Qual a diferença da
Ana Paula bronze em Atlanta
para a caloura em Atenas?
Ana Paula - As gordurinhas a
menos. Agora, falando sério, ir
para a areia me fez começar tudo de novo. Foi difícil, mas eu
aprendi muito. Hoje estou
mais madura, mais calma, mas
também sou bem mais exigente. Na quadra eu tinha outras
cinco para corrigir meus erros,
agora sou metade do time.
Folha - Nesse período você
também foi mãe. O que mudou
na sua vida?
Ana Paula - Muda tudo, ter filho foi uma grande realização.
É complicado viajar e deixar o
Gabriel [3 anos], mas ele
vai se acostumando. Pediu até para a Sandra
cuidar de mim e trazer
uma medalha de presente para ele.
Folha - As duplas costumam reclamar do regulamento olímpico, que é diferente do Circuito Mundial. Você teme problemas com isso?
Ana Paula - É difícil se
adaptar a um novo sistema logo na Olimpíada.
Vamos ter folga durante
a competição, coisa com
a qual ninguém está
acostumado. Estamos
traçando o treinamento
para o ritmo não cair.
Folha - Sua dupla com a
Sandra foi montada por
influência dos patrocinadores. Como vocês lidaram com isso?
Ana Paula - Não houve pressão nenhuma. Acreditávamos
que seríamos uma parceria
melhor, como a CBV e os patrocinadores acreditavam.
Muitos achavam que eram
muitos egos juntos, eu, a Sandra e os dois técnicos [Marcos
Miranda e Alemão], mas arriscamos e deu supercerto.
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