São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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BASQUETE

Confederação envia técnico não classificado a Atenas e irrita Barbosa e suas atletas

CBB infiltra intruso masculino na Vila e detona 'guerra dos sexos'

DO ENVIADO A ATENAS

A ala Janeth acusou o golpe. O técnico Antonio Carlos Barbosa não gostou. Mesmo assim, a Confederação Brasileira de Basquete enviou Lula, treinador do time masculino, para observar o torneio olímpico na Grécia.
O técnico chegou no início da semana, após dirigir a seleção no Torneio Reggio Calabria, na Itália, e ficará na Vila Olímpica.
"Não tenho nada para conversar com ele. O Lula cuida do masculino, e eu, do feminino. Vou trocar idéia com ele de quê? Mal conversamos", disse Barbosa.
"O Lula não é consultor do time. Pergunte o que ele veio fazer aqui ao Grego [Gerasime Bozikis, presidente da CBB]. É ele que sabe."
Poucos instantes depois, Barbosa trouxe uma explicação. "Conversei com o doutor César [de Oliveira, médico e chefe da equipe de basquete] e ele me disse que o Lula veio ver o torneio masculino. Ele arrumou uma credencial do COB e está em outra área da Vila."
Sem citar nomes, Janeth já havia pedido mais atenção ao feminino. Segundo ela, as mulheres sempre ficam em segundo plano no país.
"Quem faz o Brasil ser respeitado no exterior há algum tempo é o feminino", alfinetou a ala.
De acordo com Grego, Lula obteve a credencial graças ao Comitê Olímpico Brasileiro, que teria liberado uma vaga para um observador nomeado pela CBB.
"O ideal era que a seleção estivesse na Olimpíada no masculino e no feminino. Mas, como não deu, qual é o melhor lugar para o Lula estar neste momento? Na Grécia, observando os adversários que iremos pegar no próximo ciclo olímpico", disse Grego.
Procurado pela Folha, Lula não foi localizado na Vila Olímpica.
A informação de que a credencial do técnico havia sido cedida pelo COB foi desmentida pela assessoria de imprensa do comitê.
Segundo eles, a credencial extra foi obtida graças à presença do time feminino. O regulamento prevê que o número de membros da comissão técnica seja de 55% do de atletas. Baseado nisso, o basquete ganhou a sétima credencial.
A seleção masculina já conquistou três bronzes olímpicos, mas fracassou em suas duas últimas tentativas de disputar os Jogos. As mulheres, por sua vez, subiram ao pódio nas duas últimas edições, com uma prata e um bronze. (ADALBERTO LEISTER FILHO)


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