Americano totaliza 9 medalhas douradas e se iguala a lendas

Chance de mais dois ouros. Final dos 200 m borboleta, às 23h21, e do 4 x 200 m livre, à 0h19

DA ENVIADA A PEQUIM

Os títulos e recordes de Michael Phelps nas piscinas já não deixavam dúvidas de que o norte-americano é um dos maiores nomes da história da natação mundial. Ontem, com a vitória tranqüila nos 200 m livre em Pequim, e com mais um recorde mundial, ele atingiu novo status e se igualou a um seleto grupo de lendas do esporte.
Phelps soma agora nove medalhas de ouro em Jogos Olímpicos, feito que até então apenas nomes como o nadador Mark Spitz, Carl Lewis e Paavo Nurmi, do atletismo, e a ginasta Larisa Latynina conseguiram.
A marca do norte-americano já é invejável, mas pode ganhar contornos ainda mais fantásticos. Phelps terá a chance de disputar cinco finais na piscina do Cubo d'Água. Um título a mais e será o maior vencedor olímpico de todos os tempos. Cinco a mais e ultrapassará Spitz como o atleta com maior número de medalhas numa única edição dos Jogos Olímpicos.
O feito inédito, além da notoriedade nunca antes vista, renderá a Phelps US$ 1 milhão, oferecido por seu patrocinador.
Para isso, o norte-americano terá de nadar 3.300 metros em 17 eventos, distribuídos por nove dias de provas. A distância poderia ser ainda maior se ele não fosse poupado de eliminatórias ou finais dos revezamentos. Para conquistar uma medalha, o nadador precisa ter caído na piscina ao menos uma vez durante a disputa.
Nos Jogos de Atenas-2004, o norte-americano assistiu da arquibancada ao revezamento 4 x 100 m medley lhe assegurar uma das seis medalhas de ouro que conquistou na Grécia.
Sua vitória de ontem também o faz ultrapassar os nadadores norte-americanos Matt Biondi (Los Angeles-1984, Seul-1988 e Barcelona-1992) e Jenny Thompson (Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sydney-2000), ganhadores de oito provas olímpicas cada um.
Phelps mostrou extrema facilidade para superar os 200 metros de nado livre na rápida piscina do Cubo d'Água. Ele cumpriu a distância em 1min42s96, superando a melhor marca do mundo, que já era sua (1min43s86).
No mesmo dia, avançou à decisão dos 200 m borboleta, que acontece hoje, às 23h21 (de Brasília). Ele ainda está inscrito nos 200 m medley, 100 m borboleta e revezamentos 4 x 100 m medley e 4 x 200 m livre.
Em Atenas-2004, Phelps ganhou seis medalhas de ouro. Não conseguiu alcançar o recorde de Mark Spitz por causa dos bronzes nos 200 m livre e no revezamento 4 x 100 m livre.
A equipe americana se redimiu na madrugada de ontem, em uma das mais emocionantes finais olímpicas de todos os tempos, com recorde mundial.
No primeiro dia de finais em Pequim, Phelps havia cravado a melhor marca dos 400 m medley ao conquistar seu primeiro ouro na competição -ontem, Aaron Peirsol bateu o recorde dos 100 m costas, com 52s54.
Nos 200 m livre, quando novamente dependia apenas dele, Phelps não se intimidou. Diferentemente do que aconteceu na Grécia, ele não tinha adversários como Ian Thorpe e Pieter van den Hoogenband, respectivamente ouro e prata naquela competição.
O australiano Thorpe está aposentado, virou comentarista e apresentador de TV e viu o feito do ex-rival. O holandês, em aparente decadência, não tem apresentado bons tempos.
Quando chegou a Pequim, Phelps disse que nunca esteve em tão boa forma. O nadador declarou que sua meta era nadar bem e que, se isso significasse medalhas, melhor.
"Não quero ser o segundo Mark Spitz e sim o primeiro Michael Phelps", afirmou o esportista de 23 anos.
Ontem, ele deu as primeiras braçadas rumo a esse posto destacado na história olímpica. (MARIANA LAJOLO)


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