São Paulo, quarta, 12 de agosto de 1998

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FUTEBOL
Derrota do Brasil na Copa serve de lição para o time, que decide a Libertadores com o Barcelona, do Equador
Vasco teme hoje "trauma' da seleção

SERGIO RANGEL
da Sucursal do Rio

O Vasco vai tentar superar o "trauma" sofrido pela seleção brasileira na final da Copa do Mundo para vencer o Barcelona, de Guayaquil (Equador), hoje à noite, em São Januário, na primeira partida da decisão da Taça Libertadores da América.
Para tentar evitar surpresas, o técnico Antônio Lopes está se reunindo com os jogadores diariamente para cobrar seriedade na partida. Nos encontros, Lopes cita a campanha da seleção na Copa.
"A euforia fica apenas com os torcedores. Aqui não tem já ganhou", afirmou Lopes. O trabalho emocional com os jogadores se deve ao clima de euforia em São Januário na última semana.
O time carioca é apontado como favorito para conquistar o título. O ambiente no clube é semelhante ao da torcida brasileira às vésperas da decisão da Copa do Mundo, quando a vitória sobre a França era considerada certa.
"Os jogadores estão assimilando o recado, e posso dizer que o time vai entrar em campo humilde", acrescentou Lopes.
O empate contra o River Plate em Buenos Aires, pelas semifinais, aumentou ainda mais as semelhanças com a campanha da seleção. A partida foi encarada pelos torcedores e por alguns jogadores como uma decisão antecipada da Libertadores, assim como o jogo Brasil x Holanda, na semifinal da Copa, teve o mesmo significado para a seleção brasileira.
O jogo desta noite é histórico para o clube, que nunca disputou uma decisão da Libertadores. Além do título inédito, o Vasco tem como prioridade a conquista da competição para marcar o centenário do clube.
A diretoria do Vasco abriu mão até de uma renda melhor para jogar em São Januário. O time poderia decidir o título no Maracanã, mas os diretores acharam melhor realizar a partida na sede do clube, estádio com capacidade para apenas 35 mil torcedores (1.400 pessoas vão trabalhar na segurança do estádio, que já foi interditado após um jogo da Supercopa).
Eles acreditam que a torcida poderá pressionar mais o time equatoriano. Para transformar São Januário em um "alçapão", a diretoria do Vasco comprou 350 kg de fogos. Após a entrada dos jogadores, está prevista uma queima de fogos de cerca de oito minutos.
"Numa partida como essa, temos que tirar proveito de tudo", disse o vice-presidente de futebol do Vasco, Eurico Miranda.
A novidade na equipe será a escalação do meia Vágner na lateral-direita. Descontente com as atuações de Vítor, Lopes preferiu improvisar Vágner na posição.
O meia Juninho, autor do gol de empate contra ao River Plate em Buenos Aires, ganhou a posição no time titular. Com isso, Ramon ficará no banco de reservas.



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