CARLOS SARLI

Ser campeão mundial é o sonho de qualquer atleta. Prestígio, auto-afirmação e, entre os profissionais, grana. Para chegar lá, quase sempre é preciso percorrer um longo caminho.
O hexacampeão mundial de surfe, Kelly Slater, foi em 92, aos 20 anos, o mais jovem campeão mundial, mas para isso teve que começar cedo no esporte. Aos 12, já vencia campeonatos.
Esse caminho passou a ter um atalho desde 98: o Billabong Pro Jr., um circuito para surfistas profissionais de até 20 anos.
O objetivo do circuito é preparar os atletas de base para a chegada às divisões principais.
Existe também uma razão comercial. Empresas do segmento têm percebido um rejuvenescimento no esporte e baixaram a idade de seu público-alvo, de 22 para 16 anos. Para essas marcas de surfwear, ídolos jovens são uma forte contribuição.
O formato do circuito júnior leva em consideração que a maioria dos competidores está em fase escolar. Os atletas vão competir nas etapas classificatórias sem ter que sair de seu país ou região até a final com os melhores das seis regiões mundiais -Ásia, Europa, África, Oceania, América do Norte e do Sul.
Serão duas as etapas classificatórias da América do Sul, ambas no Brasil. A primeira começa amanhã e vai até domingo, em Maresias, no litoral paulista.
A segunda, que definirá os seis representantes da região, será em Salvador, em setembro.
A final será novamente no Havaí, em novembro. No ano passado, em sua primeira edição, rolou em Maili Point, no lado oeste da ilha de Oahu, uma onda igual a inúmeras pelo planeta, esta a única falha de uma iniciativa que merece elogios.
A idéia é tão boa que deveria ser apropriada para a divisão master, que hoje conta com um único evento, só para convidados, e que define o campeão mundial da categoria. A ASP, que organiza ambos os eventos, deveria oferecer as mesmas chances para os veteranos.

NOTAS

Remada
A terceira versão da travessia entre as ilhas de Molokai e Oahu, no Havaí, aconteceu na semana passada. Na categoria principal, com pranchas de 12 pés, o salva-vidas havaiano Sean Manahan, 29, foi o vencedor, com 5h33min. Buzzy Kerbox e Dennis Pang também se destacaram.

WCT feminino
Pela terceira vez consecutiva no Mundial, a cearense Tita Tavares sobe ao pódio. Em uma semana, ela foi terceira nos EUA, venceu no WQS da Inglaterra e ficou em terceiro lugar no WCT de Newquay (ING).

X-Games
Depois do enorme sucesso dos X-Games em San Francisco, a organização decidiu estrear as edições internacionais do evento. A primeira será na Tailândia, de 1º a 7 de novembro, onde também acontecerá o Jr. X-Games em parceria com ninguém menos que o Disney Channel.


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