São Paulo, Quinta-feira, 12 de Agosto de 1999
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CBF assume lobby em Brasília

SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio

Vandemberg Machado, chefe de gabinete do ex-ministro da Justiça Renan Calheiros, assumiu na terça-feira à noite a liderança do lobby promovido em Brasília pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) contra a Lei Pelé, legislação que regulamenta todo o esporte brasileiro.
Machado foi nomeado diretor de assuntos legislativos da recém-inaugurada representação oficial da entidade máxima do futebol brasileiro na capital federal.
""Vou acompanhar o trabalho do Congresso e do Senado para a CBF", afirmou Machado, sem dar detalhes sobre as suas funções.
Ele deixou o governo após a reforma ministerial realizada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em julho.
A contratação do chefe de gabinete do ex-ministro da Justiça faz parte da ofensiva lançada pela CBF para alterar a Lei Pelé.
O movimento também conta com o apoio dos 22 clubes que disputam Série A do Brasileiro.
O lobby dos clubes contra a Lei Pelé foi oficializado durante a reeleição do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no dia 1º de julho.
Machado será o coordenador do grupo de juristas que a entidade vai contratar para preparar uma série de propostas para a Lei Pelé ao Congresso Nacional.
A intenção é apresentar as alterações antes do final do ano.
""Em Brasília, existe a representação nacional do comércio, a representação nacional das indústrias. Agora, a CBF decidiu também se estabelecer em Brasília", disse Machado.
Ele vai exercer ainda o cargo de diretor-geral do escritório da entidade na capital federal.
A formação de uma estrutura mais profissional em Brasília é uma tentativa de reverter o insucesso do lobby organizado pela entidade às vésperas da aprovação da Lei Pelé, no primeiro semestre de 98.
Na oportunidade, a CBF alugou uma casa em uma das áreas nobres de Brasília para discutir com os parlamentares detalhes sobre a legislação. No local, os dirigentes da CBF e de clubes de prestígio no país organizavam churrascos e "peladas" entre os parlamentares.
Apesar do investimento das entidades no lobby em Brasília, a Lei Pelé foi aprovada com vários pontos contrários aos interesses da CBF e dos clubes.
No início do ano, a casa voltou a ser aberta após a tentativa de instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso Nacional para investigar o contrato assinado entre a CBF e a Nike.
Na época, até o técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, integrou o lobby da CBF em Brasília. A tentativa de instalação da CPI foi arquivada.


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