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CBF assume lobby em Brasília
SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio
Vandemberg Machado, chefe
de gabinete do ex-ministro da
Justiça Renan Calheiros, assumiu
na terça-feira à noite a liderança
do lobby promovido em Brasília
pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) contra a Lei Pelé,
legislação que regulamenta todo o
esporte brasileiro.
Machado foi nomeado diretor
de assuntos legislativos da recém-inaugurada representação oficial
da entidade máxima do futebol
brasileiro na capital federal.
""Vou acompanhar o trabalho
do Congresso e do Senado para a
CBF", afirmou Machado, sem dar
detalhes sobre as suas funções.
Ele deixou o governo após a reforma ministerial realizada pelo
presidente Fernando Henrique
Cardoso em julho.
A contratação do chefe de gabinete do ex-ministro da Justiça faz
parte da ofensiva lançada pela
CBF para alterar a Lei Pelé.
O movimento também conta
com o apoio dos 22 clubes que
disputam Série A do Brasileiro.
O lobby dos clubes contra a Lei
Pelé foi oficializado durante a reeleição do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no dia 1º de julho.
Machado será o coordenador
do grupo de juristas que a entidade vai contratar para preparar
uma série de propostas para a Lei
Pelé ao Congresso Nacional.
A intenção é apresentar as alterações antes do final do ano.
""Em Brasília, existe a representação nacional do comércio, a representação nacional das indústrias. Agora, a CBF decidiu também se estabelecer em Brasília",
disse Machado.
Ele vai exercer ainda o cargo de
diretor-geral do escritório da entidade na capital federal.
A formação de uma estrutura
mais profissional em Brasília é
uma tentativa de reverter o insucesso do lobby organizado pela
entidade às vésperas da aprovação da Lei Pelé, no primeiro semestre de 98.
Na oportunidade, a CBF alugou
uma casa em uma das áreas nobres de Brasília para discutir com
os parlamentares detalhes sobre a
legislação. No local, os dirigentes
da CBF e de clubes de prestígio no
país organizavam churrascos e
"peladas" entre os parlamentares.
Apesar do investimento das entidades no lobby em Brasília, a Lei
Pelé foi aprovada com vários pontos contrários aos interesses da
CBF e dos clubes.
No início do ano, a casa voltou a
ser aberta após a tentativa de instalação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) no
Congresso Nacional para investigar o contrato assinado entre a
CBF e a Nike.
Na época, até o técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, integrou o lobby da CBF
em Brasília. A tentativa de instalação da CPI foi arquivada.
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