Com meia lesionado, equipe erra mais passes e chuta menos a gol

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

O meia Paulo Henrique Ganso faz falta ao Santos.
Por mais óbvia que possa parecer essa constatação, os números mostram além. Se não bastasse ter seu maestro fora de combate, o time da Vila Belmiro, que hoje visita o Ceará, tem encontrado dificuldade em substituí-lo.
O meia se machucou na partida contra o Grêmio, pela 16ª rodada do Brasileiro, quando sofreu um rompimento dos ligamentos do joelho esquerdo. Operado, a previsão de sua volta é apenas para o começo de 2011.
Desde então, o Santos fez quatro partidas. Venceu o lanterna Goiás e o Avaí, ambas em casa, e deu a impressão de que sobreviveria sem seu principal articulador. Os dois últimos jogos, porém, escancararam o problema.
Contra Flamengo e Botafogo, o ataque passou em branco. E Marquinhos, escolhido para preencher a lacuna no meio, falhou na missão.
Segundo o Datafolha, antes de se lesionar, Ganso recebia, em média, 40 bolas por jogo. Era o mais acionado da equipe, atrás apenas de Robinho, que deixou o clube.
Marquinhos, por seu lado, tem sido bem menos procurado por seus companheiros nessas últimas quatro partidas. Apenas 26 bolas passaram por seus pés, em média.
Assim, outros quesitos pioraram. O Santos, agora, troca mais passes, mas erra mais e também chuta menos.
Contra o Botafogo, Marquinhos, mal na partida, deu lugar a Madson no intervalo. "Ele entrou para trocar passes com o Neymar, o Zezinho. O time sentiu falta disso. Faltou uma aproximação maior entre meio e ataque", explicou o treinador Dorival Jr. após o jogo.
"Temos que aprender a jogar sem o Ganso", afirmou Dorival. "Ainda vamos ter alguns problemas pela frente até encontrarmos uma regularidade", completou ele. Marquinhos se mostrou incomodado, principalmente, com as comparações com o time que venceu o Paulista e a Copa do Brasil, que tinha Robinho, André e Wesley.
"Quando o Santos perde, eles fazem falta, mas, quando ganha, é por causa disso e daquilo", falou. "Esses mesmos que as pessoas falam que fazem falta, no ano passado estavam na equipe que brigou para não cair", afirmou o meia santista.