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São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2003

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FUTEBOL

Sem cotas milionárias, entidade cria nova fórmula e continua a faturar

CBF aposta em marketing e TV para lucrar com seleção

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LEICESTER

Um acordo com os cartolas europeus acabou com os milionários amistosos da seleção brasileira na Ásia, na África ou na América da Norte, mas, mesmo assim, a CBF vai lucrar com o time nacional no amistoso de hoje, às 11h, contra a Jamaica, na Inglaterra.
No lugar de cotas milionárias e pouco trabalho, dinheiro de bilheteria, marketing e TV.
Contra os jamaicanos, a seleção irá jogar como se fosse o anfitrião que aluga um campo. Assim, será o dono da maior parte da renda. Todos os 32 mil ingressos foram vendidos, o que irá gerar uma bilheteria de quase R$ 3,5 milhões, ou mais do que qualquer cota que o time nacional recebeu nos quatro amistosos que já fez na temporada. Mais de 60% do valor líquido da renda ficará com o Brasil.
Em um país em que o futebol movimenta muito dinheiro, a seleção vai também faturar com a comercialização de produtos que levam a sua marca. Eles estarão à venda no Walkers Stadium, um dos mais modernos da Inglaterra.
Como pagamento ao Leicester City, o time dono do estádio, a organização do jogo irá desembolsar, dependendo do faturamento com ingressos e produtos, um valor que não poderá passar de 100 mil libras, ou cerca de R$ 500 mil.
Para abrigar a partida de hoje, a cidade e o time local tiveram que participar de um verdadeiro leilão. Pelo menos outras duas localidades da Inglaterra com times na divisão da elite queriam receber a seleção brasileira. "Este é um fantástico acontecimento para a cidade", diz Tim Davies, executivo-chefe do Leicester City, que está nas últimas posições do Inglês.
Para ganhar poder de barganha com os brasileiros, Davies, que recebeu uma delegação brasileira no final de setembro para fechar o acordo, contou, segundo ele, com forte apoio da prefeitura da cidade e do maior jornal local, que irá vender hoje, por volta de R$ 20, um suplemento com 40 páginas apenas sobre a partida.
Além das receitas na Inglaterra, a CBF vai faturar com a venda dos direitos de transmissão. No Brasil, a Globo pagará R$ 500 mil para exibir a partida. Por outros amistosos do time em 2003, e emissora pagou até R$ 800 mil pela liberação das imagens.
A obrigatoriedade de amistosos na Europa para o Brasil é motivo de alegria para a Jamaica.
Com uma federação pobre (seu site está fora do ar desde 2001), os caribenhos não pagarão nada para jogar contra uma seleção que cobrou mais de US$ 1 milhão para pegar a China, em fevereiro, e US$ 800 mil para enfrentar o México, em abril. A Jamaica ainda receberá parte do dinheiro da bilheteria da partida de hoje e da comercialização de produtos.


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