|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Holofotes viram
o termômetro
de treinadores
DA REPORTAGEM LOCAL
Um quer distância dos holofotes. O outro não via a hora de
reencontrá-los. A ambição
profissional é um bom termômetro para diferenciar os técnicos Rojas e Júnior, que trilharão caminhos opostos em 2004.
Treinador do São Paulo a
contragosto (relutou em aceitar o cargo depois da demissão
de Oswaldo de Oliveira), o chileno Roberto Rojas não vê a hora de voltar a desempenhar a
função de preparador de goleiros do clube. Para seu desespero, oficialmente isso só deve
acontecer em 2004.
O estresse de Rojas tem a ver
com a visibilidade e a pressão
inerentes ao cargo que ocupa.
Ele não suporta ver seu nome
nos jornais diariamente, considera sua privacidade invadida
e, ainda por cima, detesta dar
satisfações em público.
O desgaste de Rojas com os
jornalistas saltou aos olhos nos
últimos dias. Antes solícito e
cordial, o treinador passou a
ditar regras nas entrevistas
-como a exigência de que os
repórteres de TV e rádio façam
perguntas simultaneamente.
Além disso, sua impaciência
é evidente. Monossilábico, responde duramente aos interlocutores e, invariavelmente, vira
o rosto abruptamente, aguardando outra pergunta. "Não
tenho a menor preocupação
com o meu emprego", fala ele,
admitindo que a volta à antiga
função é sua maior aspiração.
Júnior, ao contrário, vê no
Corinthians a possibilidade de
solidificar uma carreira que
nunca decolou. Sua experiência se resume a duas passagens
sem títulos pelo Flamengo -a
última em 1997.
Pelo clube carioca, ele disputou quatro finais. Perdeu todas.
"Não estou no Corinthians
por dinheiro, mas, sim, por um
desafio pessoal. E pretendo ter
sucesso nessa empreitada", fala
o técnico, que, diferentemente
de Rojas, diz estar acostumado
à pressão de um clube grande.
Com a experiência de quem
trabalha há anos como comentarista de TV, Júnior é comunicativo e disposto. Em seus primeiros dias de Corinthians,
atendeu pacientemente a todos. No treino da última sexta,
ficou por mais de uma hora
dando entrevistas.
(AD E EAR)
Texto Anterior: Júnior tenta evitar encurralamento Próximo Texto: Dirigentes dão palpite no time Índice
|