São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008

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três é demais

Seleção revê Kaká, Robinho e Adriano

Melhor trio ofensivo da história recente do Brasil volta a atuar após quase 3 anos de problemas dentro e fora de campo

Para Dunga, jogadores responsáveis pelo ataque contra a Venezuela, às 17h, em San Cristóbal, possuem estilos que se completam

Silvia Izquierdo/Associated Press
O treinador Dunga e Adriano, hoje o homem de área da seleção

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SAN CRISTÓBAL

Depois de quase três anos, o Brasil se reencontra hoje, às 17h, diante da Venezuela, com o trio ofensivo que melhor funcionou na sua história recente. Pelos mais diferentes motivos, Kaká, Robinho e Adriano não começaram um jogo juntos desde uma goleada por 8 a 0 sobre os Emirados Árabes, no já distante novembro de 2005.
Naquele ano, o Brasil ganhou fama de grande favorito para a Copa da Alemanha com um ataque que teve os três como principais protagonistas, e com momentos sublimes, como na Copa das Confederações e em goleadas pelas eliminatórias contra Paraguai e Chile.
Foram dez jogos com os três e 31 gols (só uma vez o Brasil não marcou com o trio desde o início), média que é quase o dobro da registrada na era Dunga, técnico que, em caso de derrota para a Venezuela, novamente terá seu emprego ameaçado.
Desde 2005, os três maiores artilheiros da seleção são justamente Kaká, Robinho e Adriano. Juntos, eles marcaram 44 vezes, ou cerca de 40% de toda a artilharia do time nacional.
A cada ano, o motivo que impediu a reunião deles mudou.
Em 2006, Robinho foi para a reserva de Ronaldo. Um ano depois, Adriano abusou das baladas e praticamente foi riscado das convocações. Em 2008, Kaká, com uma série de problemas físicos, ainda não atuou.
Durante a semana, nos treinos em Teresópolis, o trio não mostrou o mesmo entrosamento de três anos atrás. Mas exalou confiança nas palavras.
"Jogar com o Adriano é fácil.
Ele não tem a mesma característica que eu, e isso facilita. Ele joga mais centralizado. E tenho mais liberdade para me movimentar. Além disso, ele está motivado, feliz", disse Robinho.
Dunga afirmou, mesmo nunca os tendo escalado juntos em mais de dois anos de seleção, que os três se completam.
"O Kaká é mais agudo. Já o Robinho se destaca pela velocidade. O Adriano, por sua vez, tem muita potência. São todos jogadores de grande qualidade, e tentamos aproveitar o que cada um tem de melhor", falou o treinador, que põe os três pontos como a grande prioridade.
"O importante é ganhar o jogo, e não o placar. Se conseguirmos um resultado elástico, será melhor", falou Dunga, que escalou Elano, mais defensivo, no lugar de Mancini, de características mais ofensivas, para completar o quarteto de frente da seleção contra a Venezuela, penúltima nas eliminatórias.
Com a vitória da Argentina sobre o Uruguai ontem o Brasil caiu para a terceira posição.
A seleção viaja de volta para a casa logo depois do jogo de hoje. Na quarta-feira, no Maracanã, abre sua participação no returno do qualificatório para o Mundial contra a Colômbia.


Colaborou SÉRGIO RANGEL ,
da Sucursal do Rio



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