DO ENVIADO A SAN CRISTÓBAL

A viagem de logística mais complicada da seleção brasileiras nestas eliminatórias sul-americanas irritou o time.
Na chegada a San Cristóbal, mais de 24 horas depois da equipe decolar do Rio de Janeiro, os integrantes do time e da comissão técnica não escondiam a insatisfação.
Dunga chegou a jogar seu agasalho com bastante força no banco de reservas antes de soltar uma série de palavrões.
Além do cansaço, reclamava do fato do campo do estádio Pueblo Nuevo não ter redes e as linhas do campo demarcadas no treino da seleção, que foi direto do aeroporto para lá.
A CBF convocou até o médico Rodrigo Lasmar para falar sobre o desgaste da viagem.
A maratona teve direito a uma noite dormida em Maracaibo, depois de cerca de sete horas de vôo do Brasil, e uma segunda parte ontem, quando em um barulhento e antiquado 737-200 o time foi até Santo Domingo, cidade que fica a uma hora de San Cristóbal, por uma sinuosa estrada.
"A viagem é muito longa. A alimentação fica prejudicada, o sono também. É claro que isso desgasta os jogadores", disse Lasmar, dando a senha para qual será a desculpa brasileira em caso de uma atuação ruim hoje diante da Venezuela.
A irritação cresceu ainda mais quando o time chegou no aeroporto de Santo Domingo.
A falta de uma escada que permitisse o desembarque prendeu os jogadores por cerca de 20 minutos dentro do avião, que ainda ficou quase meia hora parado em Maracaibo com o time dentro antes de decolar.
A CBF diz que não antecipou a viagem para a Venezuela porque não iria encontrar uma estrutura como a da Granja Comary, o centro de treinamento da entidade em Teresópolis.
O tormento ainda poderia aumentar durante a madrugada. Torcedores venezuelanos, que foram expulsos do treino pela polícia ontem, diziam que fariam um buzinaço na porta do pequeno hotel que vai abrigar a seleção, perto do estádio.
"Foi muito cansativo, mas isso não vai atrapalhar", minimizou o capitão Lúcio. (PC)


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