São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008

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Brasil supera Irã, mas é vaiado

Seleção brasileira enfrenta a Itália hoje em partida da segunda fase do Mundial de futsal, no Rio

Brasileiros fazem gol logo no início do jogo, vencem equipe adversária por 1 a 0, e acabam ouvindo a vaia da torcida nos minutos finais

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A seleção brasileira de futsal alcançou ontem, no Maracanãzinho, seu 100º jogo de invencibilidade sob o comando do técnico Paulo César de Oliveira, o PC. Com o treinador no banco, o Brasil amargou apenas uma derrota em 116 jogos.
A partida contra o Irã, no entanto, foi uma demonstração do que jogadores e técnico do Brasil previam para a segunda fase. Nada de goleadas, nem show de bola. Na estréia contra o Irã, o placar foi apertado: 1 a 0.
Acostumada com a profusão de gols da primeira fase, a torcida ficou impaciente no segundo tempo e chegou a gritar em coro: "Queremos gol".
Entretanto, com este resultado, o Brasil atingiu outra marca importante no Mundial: passou quatro jogos sem ter sua defesa vazada. Somente a Espanha, em Taiwan-2004, havia alcançado tal feito.
E o único gol brasileiro saiu justamente dos pés do jogador da defesa. O fixo Schumacher chegou a oito gols no Mundial e é o único de sua posição que está entre os maiores artilheiros.
Ao contrário das partidas da primeira fase, em que o Brasil não teve dificuldades para golear, desta vez, o adversário impôs uma resistência defensiva.
No início, as equipes trocavam ataques, até que logo aos três minutos, Schumacher se livrou do marcador e bateu forte para fazer o gol.
A partir de então, o Irã recuou a marcação e arriscou-se menos no ataque. Virou uma disputa quase que exclusiva entre o ataque brasileiro e a retranca iraniana. Prova disso foi que o Brasil totalizou 23 chutes a gol no primeiro tempo contra apenas seis dos iranianos.
Aos seis minutos, PC trocou os quartetos. Colocou em quadra Wilde, Vinícius, Ciço e, a pedido da torcida, Falcão.
A equipe passou a criar mais. Wilde teve cinco boas chances de gol, mas o goleiro Nazari fez defesas espetaculares.
Já o ala Falcão, jogador mais solicitado pelos torcedores, foi pouco eficiente na partida. Criou apenas uma chance clara de gol no primeiro tempo.
Na segunda etapa, PC promoveu a entrada do pivô Betão para tentar furar a implacável marcação iraniana. Em vão.
Logo em seguida, arriscou-se com uma formação que unia os habilidosos Falcão e Lenísio em quadra. A atitude não surtiu efeito. O jogo começou a ficar entediante. ""No final do jogo, a gente não se preocupou em atacar, preferimos ter a posse de bola para não cometer os mesmo erros dos outros dois Mundiais [vencidos pela Espanha", justificou Schumacher.
Satisfeitos com o placar, os iranianos trocaram bolas em seu campo de defesa para deixar o tempo passar.
Entediada, a torcida começou a gritar: "Queremos gol".
Após o apito final do árbitro, vaias de parte dos torcedores pelo placar magro.


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