DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A polêmica é a marca da seleção italiana. A adversária de hoje do Brasil, às 10h30, no Maracanãzinho, protagonizou as situações que despertaram mais controvérsia no Mundial.
O técnico Alessandro Nuccorini segue a linha do "falem mal, mas falem de mim". "Polêmica faz parte do jogo. Chega a ser divertido, pois fala-se muito da Itália e isso une mais o time", argumenta o técnico, que ontem à tarde comandou a goleada de sua equipe sobre a seleção da Ucrânia por 4 a 0.
Formada apenas por atletas brasileiros naturalizados, a seleção chamou a atenção até mesmo do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valke, que citou a Azzurra do futsal como exemplo a não ser seguido.
No fim da primeira fase, a Itália voltou a ser pivô de polêmica. Os portugueses questionaram a derrota dos italianos para o Paraguai, o que resultou na eliminação lusa e na classificação dos sul-americanos.
"Vamos dar o nosso melhor nos jogos para acabar de vez com as polêmicas e divertir os torcedores. Aqui, a gente se sente como se estivesse jogando na Itália", conta Nuccorini.
Contra o Brasil, no entanto, o técnico não se ilude. Sabe que seus atletas terão de enfrentar uma torcida contrária. "O importante é que torçam pela gente nos outros jogos", diz.
Sobre o time de Falcão, Lenísio, Schumacher e companhia, Nuccorini não nega que sua equipe esteja num patamar inferior. Ele chega a admitir que a Itália luta pela segunda vaga do grupo com Irã e Ucrânia.
"A seleção brasileira é o time mais forte de todos os tempos. Jogar contra o Brasil é a pior coisa que vai ocorrer", revela.
Em um jogo contra a Croácia, o técnico até vestiu uma camisa com palavras em português.
"Tenho uma camisa do Brasil porque é uma terra que eu amo. Os jogadores são um pouco italianos, e me sinto um pouco brasileiro também", diz Nuccorini, que iniciou o processo de "brasilianização" da seleção italiana em 2005. "Consegui unir na seleção o melhor das duas culturas: o futsal fantasioso do Brasil e a força da defesa italiana", gaba-se ele.0 (MB)