São Paulo, terça-feira, 12 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Ameaçado pelo descenso, técnico diz que já fez tudo para empurrar time

Palmeiras esgota recursos e vê salvação por superação

EDUARDO ARRUDA
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Troca de treinador, novo jogador para suprir posição carente, escalações diferentes, retiro estratégico, treinos de fim-de-semana, palestras motivacionais, premiação extra, bandeira de Nossa Senhora Aparecida na torcida, orações entre os evangélicos do time.
O Palmeiras parece ter esgotado todas as possibilidades materiais e espirituais para incentivar seus atletas rumo à permanência na elite do futebol brasileiro em 2003. Teria alguma coisa a mais a ser tentada para o jogo decisivo contra o Flamengo, amanhã no Parque Antarctica?
"Não dá para inventar mais nada", acredita o técnico Levir Culpi. "Agora é ir para campo e jogar. Tudo o que era possível fazer com um time de futebol nós fizemos."
"A gente já passou por várias situações neste campeonato. Tudo que fizemos de errado já foi corrigido, pena que foi tarde. Mas agora estamos preparados para sair dessa situação ruim", completou o colombiano Muñoz, que volta ao time depois de cumprir suspensão contra o Fluminense.
Apesar de dizer que tudo já foi feito, Culpi vai apelar para mais dois artifícios nesta reta final, já usados na ruim campanha do time no Nacional: a convocação da torcida e mais uma palestra de auto-ajuda para "arrancar o vencedor de cada atleta".
"Precisamos muito da torcida. O time é muito maior do que apenas 11 jogadores. Se perdermos, todo mundo perde. Se escaparmos, ganhamos todos."
A palestra motivacional será ministrada pelo engenheiro Evandro Motta, 47 anos, que faz um trabalho a longo prazo com o rival Corinthians e aparece às vezes para "apagar incêndios".
"Essa é a terceira vez que falo para os palmeirenses", disse Motta, que já prestou serviço para a seleção nas Copas de 94 e 98.
"Não terá nada de muito especial. Vou usar a vitória contra o Fluminense como referencial e mobilizar a idéia da entrega total para este jogo decisivo contra o Flamengo", falou Motta, que vai estar na concentração hoje com os jogadores e amanhã fará a preleção aos palmeirenses.
"Nessa hora não tem mais esse negócio de motivação. Já estamos motivados faz tempo. Agora é tudo ou nada, jogar bola. O Evandro é um cara inteligente, mas acho que não precisamos mais disso", afirmou o atacante Nenê.
O Palmeiras vencedor comandado por Luiz Felipe Scolari em 1999 também foi submetido a táticas motivacionais. Scolari é adepto declarado da psicologia como forma de incentivar seus atletas.
Tanto é assim que no dia que o Palmeiras enfrentou o Corinthians pelas quartas-de-final da Taça Libertadores, o treinador chamou para a preleção o jornalista Roberto Monteiro. Como o Palmeiras havia vencido o primeiro jogo por 2 a 0, Monteiro enfatizou o poder de reação do rival, que precisava vencer por três gols de diferença para ficar com a vaga. Os corintianos ganharam, mas, nos pênaltis, deu Palmeiras.


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