São Paulo, domingo, 12 de dezembro de 2010

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PAULO VINICIUS COELHO

O futuro do Palmeiras


Se quiser bater Tirone, Belluzzo precisa unificar os candidatos Paulo Nobre e Hugo Palaia


AMANHÃ, O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, almoçará com os candidatos Paulo Nobre e Salvador Hugo Palaia. Esse parece ser o primeiro movimento do presidente para aglutinar os dois grupos, única maneira de mudar o destino da eleição de 17 de janeiro, que tem como favorito disparado o candidato Arnaldo Tirone, apoiado por Mustafá Contursi.
Parece, mas pode não ser. Quem conhece Belluzzo jura que ele promoverá o encontro e depois dirá: "Viu como eu tentei!". Sua obrigação é conseguir. Há dois anos, o Palmeiras era um clube rachado em dois. Hoje, está endividado e dividido em três.
Há duas formas de o presidente aglutinar os grupos. Uma é tentar que Paulo Nobre, o mais jovem dos candidatos, apoie Salvador Hugo Palaia. Isso não vai acontecer. Ainda que acontecesse, indicaria a saída da disputa de quem tem mais chance. Nenhuma chapa encabeçada por Palaia tem chance de ganhar a eleição, por sua enorme rejeição.
Palaia pode argumentar que o oposto também é verdade e que, hoje, Tirone é virtualmente o novo presidente. Mas a candidatura de Paulo Nobre cresceu após receber o apoio do vice-presidente Clemente Pereira, que rompeu com Palaia. As estimativas indicam Palaia com 60 votos, no máximo. Nobre pode passar de 80. Tirone está na casa dos 120.
Em outras palavras, se Belluzzo conseguir que Nobre apoie Palaia, Arnaldo Tirone será o presidente. Mas se o presidente se convencer que a candidatura de Palaia é inviável e conseguir unir os dois grupos em torno de Paulo Nobre, a improvável mudança do cenário pode acontecer até dia 17. Há dois anos, Afonso Della Monica demorou para se posicionar na eleição de Belluzzo. Mas foi importante para unificar seu grupo e convencer o atual presidente a ser candidato. É o papel que Belluzzo precisa assumir.
A eleição não é um duelo do bem contra o mal. Tirone precisa se desvencilhar de Mustafá Contursi, para não ser uma marionete do ex-presidente. Mas a chapa Tirone-Roberto Frizzo tem condição de fazer um bom mandato, que passe pela recuperação financeira e pela escolha das melhores cabeças para reconstruir o Palmeiras. Seja quem for o presidente, ele terá três compromissos: 1. construir a Arena e evitar que o clube, já parcialmente demolido, transforme-se no Coliseu da zona oeste; 2. pacificação; 3. formar um time de futebol que mereça ser chamado de Palmeiras. Sobre isso, Felipão já conversou com os três candidatos.

pvc@uol.com.br


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