São Paulo, terça-feira, 13 de janeiro de 2009

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VÔLEI

A cabeça do jogador


Estudo mostra que atacante tem perfil mais explosivo e levantador é controlado e frio, mas sente mais culpa

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

NESTES TEMPOS em que cada vez mais os times se aprimoram nas partes física, técnica e tática, os torneios muitas vezes são definidos a favor de quem tem maior equilíbrio psicológico. Um exemplo é a seleção feminina. Na campanha vitoriosa em Pequim, teve o acompanhamento de uma psicóloga.
Um dos estudos mais interessantes na área foi feito justamente por um integrante da comissão técnica da seleção feminina: Marco Antonio Di Bonifácio. Na sua tese de mestrado, ele mostra que os estados emocionais dos atletas podem mudar de acordo com a posição em quadra.
Para chegar a essa conclusão, ele entrevistou 43 jogadoras e 29 jogadores, entre 15 e 18 anos, na fase final de torneios das categorias de base de São Paulo. Os questionários eram aplicados uma hora antes dos jogos.
Os atletas tinham que assinalar como se sentiam em relação a estados de ânimo como "estou com medo", "sinto obrigação" e "estou cheio". Para cada um dos 40 itens, havia quatro graduações (forte, mais ou menos, fraco ou nada) para o atleta definir o seu sentimento. Uma das conclusões é que atacantes apresentam maiores mudanças emocionais do que levantadores. "O levantador tem um perfil mais frio e controlado.
O atacante é mais impulsivo e explosivo", diz Di Bonifácio. Uma curiosidade: entre os estados de ânimo citados no questionário, o levantador apresenta a sensação "sinto-me culpado" com um valor maior que o atacante. Já nas respostas dos atacantes o "sinto-me orgulhoso" apresenta valores mais alto. Também nessa tese são citados outros estudos bem legais que analisam as situações que causam mais estresse nos jogadores. Entre os atacantes, a maior delas é quando ele sente que o levantador não confia nele. Entre os levantadores, é quando o juiz marca algum erro dele.
Outras conclusões mostram que os homens são mais ansiosos e mostram maiores variações de ânimo do que as mulheres antes do primeiro jogo. Já durante o torneio, a situação se inverte. Informações preciosas para quem trabalha com vôlei e quer entender a cabeça dos atletas.

O DRAMA DE IVNA
Ela tem 18 anos e acabou o segundo turno da Superliga como a segunda maior pontuadora do torneio. Mas agora vai dar uma parada. Ivna sofreu uma lesão grave no joelho esquerdo, e a cirurgia deverá ocorrer no fim do mês. A previsão para a recuperação é de seis a nove meses. Uma pena.

ITALIANO
O Pesaro, do técnico Zé Roberto Guimarães e da atacante Jaqueline, continua imbatível no Campeonato Italiano. São 14 jogos sem derrotas. O time, único invicto da competição, estreou no segundo turno com uma vitória por 3 sets a 0 sobre o Pavia.

cidasan@uol.com.br



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