|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
Mudança de comando
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Q uem diria, Ricardo Navajas e sua comissão técnica
foram afastados do comando da
Ulbra-São Paulo no meio da temporada. Uma situação rara no
vôlei brasileiro, principalmente
com um técnico dono de um currículo como o de Navajas: três títulos brasileiros e nove paulistas
no comando do Suzano.
Os motivos da crise foram as
nove derrotas seguidas do time e
o desgaste que elas provocaram
entre comissão técnica, jogadores
e dirigentes. O gerente de esportes
da Ulbra, Roberto Tietz, passou a
dirigir o time e, no sábado, já conseguiu uma grande vitória: 3 sets
a 2 sobre o Banespa.
Navajas diz que estava esgotado, estressado e com problemas
na coluna. Por isso, conta que em
novembro já tinha pedido à direção da Ulbra para sair do comando. Segundo ele, na época os dirigentes negaram. Mas, na última
semana, veio o anúncio do afastamento da comissão técnica.
Navajas fala que tanto ele como
os outros integrantes da comissão
técnica se sentiram ofendidos
com essa decisão. Segundo ele, a
princípio o afastamento seria por
cinco partidas. Fora da direção
do time, Navajas continua no
projeto. Ele é o coordenador de
vôlei de Ferraz de Vasconcelos,
parceira da Ulbra na equipe.
Para quem não lembra, depois
da desativação do time de Suzano, Navajas e seu assistente técnico, João Marcondes, conseguiram
o apoio da Prefeitura de Ferraz de
Vasconcelos e de mais três patrocinadores. Para formar uma
equipe mais forte, foi feita uma
parceria com a Ulbra, do Rio
Grande do Sul.
O problema é que todo esse processo foi demorado. Resultado:
quando foram formar o time, os
principais jogadores já tinham
acertado contratos com outros
clubes. Navajas fala que a equipe
ficou limitada. Com uma má
campanha na Superliga, as pressões começaram a crescer.
Navajas se prepara agora para
trilhar novos caminhos. Diz que
só volta a ser técnico se aparecer
uma proposta muito boa. O plano
imediato é ser o coordenador técnico do time de vôlei de Ferraz de
Vasconcelos na próxima temporada. Para técnico, ele já tem o
nome definido: João Marcondes.
Ou seja, Navajas foi afastado da
comissão técnica, mas continua
com poderes. É ele que responde
por Ferraz de Vasconcelos.
Resta saber se haverá acordo
com a Ulbra para uma renovação
da parceria na próxima temporada. Em caso positivo, fica outra
questão: quem terá mais poder na
hora da decisão?
Outro fato que agitou o vôlei na
última semana foi a denúncia de
ofensas racistas sofridas pelo atacante Dirceu no jogo entre Florianópolis e Bento Gonçalves, realizado na cidade gaúcha. O jogador teria sido chamado de "macaco" e "película" (como os sulistas chamam o insulfilm).
Os dirigentes de Bento divulgaram uma nota oficial negando
atitudes racistas da torcida. O
certo é que no jogo seguinte, contra Campinas, o time de Florianópolis jogou com pulseiras brancas e pretas, em ato contra o racismo. Uma campanha necessária
já que não é possível tolerar manifestações racistas.
Italiano 1
O Trentino, de André Nascimento e do técnico Radamés Lattari, foi a
decepção da última rodada do Campeonato Italiano. O time perdeu
do Cagliari, o lanterna do torneio, por 3 sets a 0 (25/ 21, 25/21 e 25/20).
O resultado causou mais surpresa porque há duas rodadas o Trentino tinha vencido o Treviso, do central Gustavo, o líder do torneio.
Italiano 2
O Perugia, da levantadora Fofão e da central Walewska, e o Pesaro,
da oposta Sheila, ficaram fora da grande final da Copa Itália. Nas semifinais, o Perugia foi derrotado pelo Monte Schiavo por 3 sets a 2
(27/25, 23/25, 25/19, 21/25 e 15/12). Já o Pesaro tropeçou diante do
Bergamo, também por 3 sets a 2 (22/25, 25/20, 25/19, 16/25 e 15/11).
Sheila foi a maior pontuadora do jogo, com 20 pontos.
E-mail: cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: Copa 2006: Estrela do hexa deve ser desafio na camisa da seleção Próximo Texto: Panorâmica - Basquete: Brasil perde Brobró, campeão mundial em 59 Índice
|