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PINGUE-PONGUE
Brasileira é como Michael Jordan, diz guru romeno
DA REPORTAGEM LOCAL
"A Daiane dos Santos é hoje o
Michael Jordan da ginástica."
A frase é de Octavian Belu
-considerado, ao lado do romeno Bela Karoly, do ucraniano Oleg Ostapenko e do russo
Leonid Arkayev, um dos lendários técnicos da ginástica-,
responsável pela ascensão da
Romênia e pelo ouro do país
nos Jogos de Sydney-2000.
Impressionado com a performance de Daiane, o treinador
romeno cita três fatores que
dão vantagem à brasileira: a explosão física, a série acrobática
de alto grau de dificuldade e a
capacidade de diversificar os
movimentos a cada torneio.
Em entrevista à Folha, Belu,
53, citou o que considera o
ponto fraco da brasileira e disse
que Daiane poderá determinar
um marco na ginástica.
(CCP)
Folha - Você acredita que Daiane dos Santos é imbatível hoje?
Octavian Belu - Tudo faz crer
que sim. Ela tem uma qualidade muscular e uma série acrobática impressionantes. Seu dinamismo é espetacular. Sua
força é comparada à dos homens. Mas, como técnico de
uma seleção [dirige a Romênia
desde 1981] e orientador de
atletas, não posso dizer que ela
é imbatível. É, sim, a favorita.
Folha - Por que a explosão física de Daiane surpreende tanto?
Belu - Porque é fora do normal para uma ginasta. Para
mim, a Daiane é hoje o Michael
Jordan da ginástica, tamanha a
capacidade dela de se manter
suspensa no ar e o seu equilíbrio. Além disso, ela impressiona por alternar facilmente os
movimentos a cada execução.
Folha - Isso não a coloca à frente das concorrentes?
Belu - Por um lado, sim. Por
outro, digo que não. A série
acrobática de Daiane é muito
superior, a ponto de colocá-la
no pódio de todo evento de que
participar. Mas ela não é a melhor na parte artística do solo.
Folha - E o que vale mais?
Belu - É difícil dizer. Há um
tempo, era a parte artística, a
plasticidade. Um exemplo disso é Elena Gomez. Agora, parece ser a série acrobática. Posso
afirmar que a Daiane é um
pouco responsável por essa
mudança, apesar de os jurados
seguirem os critérios da modalidade. Creio que pode surgir
uma nova forma de ver e até de
avaliar a ginástica.
Folha - E quanto à equipe brasileira? Como você a vê?
Belu - É uma equipe em progresso. E a evolução é visível.
Conheço o Oleg [Ostapenko,
treinador da seleção], trabalhei
com ele para os Jogos de Atlanta-96. É um grande técnico e
conhece o potencial do time.
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