São Paulo, sábado, 13 de março de 2004

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PINGUE-PONGUE

Brasileira é como Michael Jordan, diz guru romeno

DA REPORTAGEM LOCAL

"A Daiane dos Santos é hoje o Michael Jordan da ginástica."
A frase é de Octavian Belu -considerado, ao lado do romeno Bela Karoly, do ucraniano Oleg Ostapenko e do russo Leonid Arkayev, um dos lendários técnicos da ginástica-, responsável pela ascensão da Romênia e pelo ouro do país nos Jogos de Sydney-2000.
Impressionado com a performance de Daiane, o treinador romeno cita três fatores que dão vantagem à brasileira: a explosão física, a série acrobática de alto grau de dificuldade e a capacidade de diversificar os movimentos a cada torneio.
Em entrevista à Folha, Belu, 53, citou o que considera o ponto fraco da brasileira e disse que Daiane poderá determinar um marco na ginástica. (CCP)
 

Folha - Você acredita que Daiane dos Santos é imbatível hoje?
Octavian Belu -
Tudo faz crer que sim. Ela tem uma qualidade muscular e uma série acrobática impressionantes. Seu dinamismo é espetacular. Sua força é comparada à dos homens. Mas, como técnico de uma seleção [dirige a Romênia desde 1981] e orientador de atletas, não posso dizer que ela é imbatível. É, sim, a favorita.

Folha - Por que a explosão física de Daiane surpreende tanto?
Belu -
Porque é fora do normal para uma ginasta. Para mim, a Daiane é hoje o Michael Jordan da ginástica, tamanha a capacidade dela de se manter suspensa no ar e o seu equilíbrio. Além disso, ela impressiona por alternar facilmente os movimentos a cada execução.

Folha - Isso não a coloca à frente das concorrentes?
Belu -
Por um lado, sim. Por outro, digo que não. A série acrobática de Daiane é muito superior, a ponto de colocá-la no pódio de todo evento de que participar. Mas ela não é a melhor na parte artística do solo.

Folha - E o que vale mais?
Belu -
É difícil dizer. Há um tempo, era a parte artística, a plasticidade. Um exemplo disso é Elena Gomez. Agora, parece ser a série acrobática. Posso afirmar que a Daiane é um pouco responsável por essa mudança, apesar de os jurados seguirem os critérios da modalidade. Creio que pode surgir uma nova forma de ver e até de avaliar a ginástica.

Folha - E quanto à equipe brasileira? Como você a vê?
Belu -
É uma equipe em progresso. E a evolução é visível. Conheço o Oleg [Ostapenko, treinador da seleção], trabalhei com ele para os Jogos de Atlanta-96. É um grande técnico e conhece o potencial do time.


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