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JUCA KFOURI
No tempo de Rivellino
Revela o repórter André
Kfouri (sorry, periferia), da
ESPN-Brasil, que ouviu de um
jogador da seleção uma historinha que dá a medida de a
quantas anda a cabeça de
nosso velho e querido Zagallo.
No intervalo de uma das
partidas recentes da seleção, o
treinador virou-se para um
determinado jogador e orientou: Faça como o Rivellino fazia em 1970.
Não bastasse o anacronismo, o jogador em questão
nem sequer era nascido quando o Brasil ganhou o tricampeonato no México.
Quer dizer então que Zagallo não aprovou o campo de
treinamentos reservado para
seleção na França?!
Um campo escolhido há tanto tempo por dois dos luminares da CBF, os senhores Marco
Antônio Teixeira e Américo
Faria?!!
E que Zagallo só foi conhecê-lo agora, embora tenha estado lá perto quando disputou o Torneio de Paris?!!!
Ora, se é assim, a comissão
técnica não precisa de intervenção, precisa é de uma boa
e simples implosão.
Se bem que, para dar um
voto de confiança à escolha de
Teixeira e Faria, um gramado
no inverno é uma coisa e no
verão é outra.
E que, afinal, as placas já
estão negociadas lá mesmo,
detalhe para o qual só chamaram a atenção de Zagallo
agora e é a razão de sua súbita mudança de opinião, aceitando o campinho.
"Para ajudar a conquista do
penta, aqui estão os convocados", diz um folheto dos Laboratórios Geigy, distribuído
entre médicos, apresentando
o remédio Voltaren como "já
escalado pela CBF".
Só falta agora a CBF fazer
propaganda de inseticida.
Faz sentido Zico proibir jogo
a dinheiro na seleção?
A resposta é sim, como princípio, e não, pelas circunstâncias históricas.
O grupo que ganhou a Copa
nos EUA já jogava a dinheiro,
e a proibição soará como provocação.
Em bom português, o decreto de Zico não ajudará que ele
venha a ser bem aceito pelos
remanescentes (e são tantos!)
da campanha do tetra, e não
tenha dúvida, caro leitor: ninguém dirá nada de muito grave até que os 22 estejam fechados e inscritos para a Copa.
Depois, porém, a guerra não
será surda nem muda.
Pelo andar da carruagem, só
há um nome que poderia pacificar as coisas na seleção: o
de Carlos Alberto Parreira.
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