São Paulo, sexta, 13 de março de 1998

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SPARRING
Pelo tie-break

EDUARDO OHATA


Morte súbita ou tie-break? Qual seria a melhor solução a ser adotada em caso de empate em uma disputa por título mundial no boxe?
Nada é mais frustante que uma decisão inconclusiva em uma disputa de título.
Os cerca de 50 mil torcedores que assistiram ao empate entre os ex-campeões mexicanos Júlio César Chávez e Miguel Ángel González pelo título vago dos meio-médios-ligeiros do Conselho Mundial, no México, no último sábado, concordam. Assim como os milhões de telespectadores espalhados pelo mundo inteiro que acompanharam a luta pela televisão.
Para piorar, o combate preliminar, pela unificação dos cinturões dos palhas, entre o mexicano Ricardo Lopez e o nicaraguense Rosendo Alvarez, também terminou empatado.
Os lutadores que teriam sido beneficiados pelos resultados foram Chávez e Lopez. O fato de ambos serem mexicanos e "filhos favoritos" do Conselho Mundial (que tem sede no México) não ajudou a entidade em termos de credibilidade.
Mas qual seria a solução para evitar os empates? Ninguém está sugerindo combates nos quais apenas os vencedores saiam caminhando do ringue. Mas os organismos que controlam o boxe nos roubou o mais próximo que havia da "morte súbita" quando extinguiram as lutas em 15 assaltos. Nelas, apenas os fora-de-série resistiam e os empates eram raros.
Outra solução seria a implantação de um "tie-break", ou o 13º assalto, em caso de empates. A inovação foi utilizada apenas uma vez, nos Estados Unidos, na década de 80, na disputa de um título norte-americano.
As TVs não aprovam, pois lutas de 12 assaltos se encaixam melhor na programação. Mas, no caso de um eventual 13º assalto, seria necessário apenas que as entrevistas fossem mais breves. Todos, principalmente os espectadores, ficariam felizes, com exceção do perdedor.

NOTAS

Lutador
Enquanto Chávez e González concordam com uma revanche, Lopez diz que não está interessado em lutar novamente com Alvarez. Ele prefere ascender de peso e desafiar Saman Sorjaturong pelo título dos moscas-ligeiros.

Técnico
O técnico de Lennox Lewis, Emanuel Steward, prevê uma vitória rápida de seu pupilo quando ele defender o cinturão dos pesos-pesados do Conselho Mundial contra Shannon Briggs, no final do mês. "Queremos um replay da luta contra Andrew Golota, uma vitória por nocaute no primeiro assalto ", diz o técnico. "Holyfield é o adversário que queremos."

Promotor
O ex-jogador de basquete Magic Johnson parece estar falando sério quando diz que pretende ser promotor de boxe. Ele já está contratando auxiliares ligados ao esporte, como Sterling McPherson.



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