PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Já classificado para a fase de mata-matas da Libertadores, o Palmeiras joga hoje a derradeira partida no Grupo 7 para cumprir objetivos secundários no torneio, mas que podem ajudá-lo a chegar ao bicampeonato continental.
Na partida contra o Cerro Porteño, no Parque Antarctica, o Palmeiras busca o primeiro lugar de sua chave, a reconquista da confiança da torcida e também mais uma oportunidade para o acerto do estilo de jogo do time, que ainda suscita algumas dúvidas em Leão para o restante do torneio.
Uma vitória contra o time do Paraguai confirma o Palmeiras, que chegaria a 12 pontos, como líder do Grupo 7 e o coloca como um dos oito melhores times da competição. Nas oitavas-de-final, isso lhe dará o direito de fazer o segundo jogo em casa -e, nas outras fases, toda vez que o adversário tiver campanha pior.
Um triunfo diante do Cerro Porteño pode também ajudar o time a apagar a má impressão das últimas apresentações no Parque Antarctica -no último jogo, há dez dias, o Palmeiras, recheado de reservas, foi derrotado pelo Rio Branco (2 a 0) pelo Paulista.
Para os palmeirenses, isso seria fundamental para que a torcida volte a lotar o Parque Antarctica, como fez no início da temporada, quando chegou a engatar uma série de sete vitórias consecutivas. "O torcedor é técnico de futebol. Ele sabe o que tem dentro de campo", afirma o goleiro Sérgio.
Hoje, porém, a arquibancada não deve receber muita gente. Até ontem, apenas 4.600 ingressos, de um total de 20 mil, haviam sido vendidos para o jogo, que, devido à obrigação de começar no mesmo horário do outro confronto da chave -Rosario Central x Nacional de Medellín, que terá transmissão de TV na Argentina-, está marcado para as 22h.
Para Leão, o jogo servirá para fazer ajustes. "Estou pensando em pôr o Douglas para ver como ele volta", disse o treinador, que preferiu não escalar Gamarra, para que o paraguaio possa descansar.
"O Gamarra está relativamente bem. Se amanhã fosse para decidir o título, ele iria. Mas não é o caso. Isso é o que se chama de manutenção de coroa", explicou Leão, em referência aos 35 anos do zagueiro palmeirense.
Entre os atletas, a partida servirá para atingir objetivos pessoais. É o caso do atacante Washington, maior goleador do Palmeiras na Libertadores, com quatro gols, e que, depois que teve seu contrato renovado até 2009, se diz mais tranqüilo, a ponto de pensar em abocanhar a artilharia do torneio.
"Penso nisso sim. O atual artilheiro tem cinco gols", disse ele.
No time paraguaio, os problemas começaram antes mesmo de entrar em campo. Ao chegar a São Paulo, a equipe foi detida pela Polícia Federal por cerca de três horas no aeroporto.