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COPA 2006
Prêmio que diário britânico diz que vencedor do Mundial terá até 2010 pode gerar conflito com patrocinadores
Bola dourada cria saia justa para campeão
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
A idéia é premiar o vencedor da
Copa, garantindo a ele o direito de
ter o título lembrado todas as vezes que entrar em campo até o
próximo Mundial. A conseqüência, porém, pode afetar a relação
entre a seleção campeã e sua fornecedora de material esportivo.
Ontem, o jornal britânico "The
Times" noticiou que a final da Copa deste ano, na Alemanha, será
disputada com uma bola dourada
e que o campeão poderá jogar todas suas partidas até o próximo
Mundial, em 2010, na África do
Sul, com bolas da mesma cor.
Se o time comandado por Carlos Alberto Parreira conquistar o
hexacampeonato, porém, isso
não está assegurado.
"Essa iniciativa da bola dourada
é da Adidas, que é a fornecedora
na Copa. Não é possível garantir
que o Brasil, se for campeão, jogará até 2010 com tais bolas, porque
há contratos de fornecimento
previamente estipulados, que dependem do jogo", diz Kátia Gianone, gerente de comunicação
corporativa da Nike do Brasil.
Para ela, ainda falta informação
sobre esse "direito" de o campeão
atuar com bolas douradas, mas é
difícil que a Nike -fornecedora
oficial da seleção brasileira- produza bolas douradas para os jogos
da equipe nacional, em caso de
conquista na Alemanha.
"[O uso da bola dourada] é uma
estratégia de outra empresa. Por
que a Nike a adotaria?", indaga
ela, ao destacar que cada jogo ou
competição tem que obedecer os
acordos de fornecimento previamente definidos para ele.
O entrave contratual pode não
ser o único empecilho no uso da
bola dourada pelo Brasil.
Neste ano, sete Campeonatos
Estaduais -o do Rio, o Gaúcho, o
Cearense, o Catarinense, o Paranaense, o Baiano e o Mineiro-
testaram um modelo de bolas laranjas, produzido pela Penalty.
A maioria deles acabou com as
tradicionais bolas brancas e pretas, após muitas reclamações de
jogadores e técnicos, para quem
as esféricas laranjas não eram de
fácil visualização, sobretudo em
jogos disputados à noite.
As bolas bicolores produzidas
pela Nike para a Libertadores
também foram alvo de críticas,
principalmente de goleiros como
o palmeirense Marcos e o são-paulino Rogério, que criticaram o
fato de ela não ter uma trajetória
uniforme -segundo eles, o rumo
desvia muito, principalmente em
chutes de longa distância.
Tonalidades metálicas também
já foram testadas e descartadas
pelos brasileiros. O Campeonato
Paulista do ano passado usou
uma bola prateada, que os atletas
diziam ter dificuldade em enxergá-la à noite. Neste ano, a pedido
da federação, foram usadas bolas
de cores mais tradicionais.
Exceto pelo jogo decisivo, a
"Teamgeist", bola oficial da Copa
da Alemanha, que é comercializada por R$ 399 (a réplica custa R$
80) na loja da Adidas em São Paulo, marcará o retorno do tradicional branco e preto rolando nos
campos após o Mundial de 1994,
vencido pelo Brasil nos EUA.
Na França, em 1998, a Adidas
usou pela primeira vez em Copas
bolas coloridas. A "Tricolore" tinhas as cores da bandeira do país
sede (branco, vermelho e azul).
Na Copa da Ásia, quatro anos
mais tarde, ficou marcada a estréia de tonalidades metálicas. A
"Fevernova" tinha desenhos dourados, pretos e vermelhos, em
alusão a armas de artes marciais
-para homenagear as duas sedes, Japão e Coréia do Sul.
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