São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004

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FUTEBOL

Puxada por nordestinos e nortistas, torneio vê bilheteria crescer 13%

Segundona perde grandes, mas conquista torcedores

PAULO COBOS
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A elite não empolga o público, mas o segundo escalão sim. Após três rodadas, a Série B do Brasileiro apresenta um crescimento na bilheteria de 13% em relação ao mesmo número de jornadas do ano passado, quando teve uma badalação inédita pelas presenças de Botafogo e Palmeiras.
Assim, vai na contramão da primeira divisão, que viu nas suas cinco rodadas iniciais a bilheteria despencar expressivos 29% quando comparada com a de 2003.
Nas três rodadas já finalizadas, a Série B tem uma média de 4.900 entradas vendidas por jogo (eram 4.350 no mesmo momento do torneio na temporada passada).
Tal resultado fez a distância entre as duas divisões diminuir sensivelmente nos guichês dos estádios. Em 2003, sempre considerando o número de rodadas disputadas até o momento nas duas divisões, o público da Série B equivalia a 42% do registrado na elite. Agora, bate nos 68%.
O torcedor da segunda divisão tem ingressos mais baratos. Segundo o regulamento da competição, o preço mínimo de uma arquibancada é R$ 10, contra os R$ 15 cobrados na primeira divisão.
"Das 50 melhores cidades [do Brasil] para se viver, 24 delas estão representadas na Série B", diz Peter Silva, presidente da FBA, a entidade que representa os interesses dos clubes da segunda divisão. O dirigente fala com base em recente pesquisa divulgada por uma revista de alcance nacional.
Quem puxa para cima a média da segunda divisão são os dez times do Norte e Nordeste -essas duas regiões são representadas por só duas equipes na Série A.
Se apenas as partidas nessas zonas fossem computadas, a segunda divisão teria uma média de público superior ao torneio da elite.
Em campos nortistas e nordestinos, segundo números da CBF, são comercializadas, em média, 9.300 entradas por jogo, contra 7.200 de forma geral na Série A.
"Quem ainda vai ao estádio neste país é o nordestino", diz Severino Otávio, presidente do Sport. Para ele, o fato de Bahia e Fortaleza terem caído compensou o acesso de Palmeiras e Botafogo. "Foi até melhor."
Em algumas cidades que contam com clubes nas duas divisões do Nacional, o torneio de menor glamour está na frente na bilheteria. Em Salvador, o Vitória tem média de 9.252 pagantes por jogo no Barradão. Já o Bahia registra, na Fonte Nova, 12.309 torcedores por partida na Série B.
O mesmo acontece em Belém. Lá, o Remo tem 14.483 ingressos vendidos por jogo como mandante na segunda divisão, contra 9.075 do rival Paysandu na elite.
"Nós sempre tivemos um público muito bom, mas acredito que um fator é determinante para esse nosso sucesso de público na Série B. O Remo foi bicampeão estadual invicto, e isso fez a torcida ficar confiante", diz Ubirajara Salgado, presidente do clube.


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