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FUTEBOL
Puxada por nordestinos e nortistas, torneio vê bilheteria crescer 13%
Segundona perde grandes, mas conquista torcedores
PAULO COBOS
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A elite não empolga o público,
mas o segundo escalão sim. Após
três rodadas, a Série B do Brasileiro apresenta um crescimento na
bilheteria de 13% em relação ao
mesmo número de jornadas do
ano passado, quando teve uma
badalação inédita pelas presenças
de Botafogo e Palmeiras.
Assim, vai na contramão da primeira divisão, que viu nas suas
cinco rodadas iniciais a bilheteria
despencar expressivos 29% quando comparada com a de 2003.
Nas três rodadas já finalizadas, a
Série B tem uma média de 4.900
entradas vendidas por jogo (eram
4.350 no mesmo momento do
torneio na temporada passada).
Tal resultado fez a distância entre as duas divisões diminuir sensivelmente nos guichês dos estádios. Em 2003, sempre considerando o número de rodadas disputadas até o momento nas duas
divisões, o público da Série B
equivalia a 42% do registrado na
elite. Agora, bate nos 68%.
O torcedor da segunda divisão
tem ingressos mais baratos. Segundo o regulamento da competição, o preço mínimo de uma arquibancada é R$ 10, contra os R$
15 cobrados na primeira divisão.
"Das 50 melhores cidades [do
Brasil] para se viver, 24 delas estão representadas na Série B", diz
Peter Silva, presidente da FBA, a
entidade que representa os interesses dos clubes da segunda divisão. O dirigente fala com base em
recente pesquisa divulgada por
uma revista de alcance nacional.
Quem puxa para cima a média
da segunda divisão são os dez times do Norte e Nordeste -essas
duas regiões são representadas
por só duas equipes na Série A.
Se apenas as partidas nessas zonas fossem computadas, a segunda divisão teria uma média de público superior ao torneio da elite.
Em campos nortistas e nordestinos, segundo números da CBF,
são comercializadas, em média,
9.300 entradas por jogo, contra
7.200 de forma geral na Série A.
"Quem ainda vai ao estádio
neste país é o nordestino", diz Severino Otávio, presidente do
Sport. Para ele, o fato de Bahia e
Fortaleza terem caído compensou o acesso de Palmeiras e Botafogo. "Foi até melhor."
Em algumas cidades que contam com clubes nas duas divisões
do Nacional, o torneio de menor
glamour está na frente na bilheteria. Em Salvador, o Vitória tem
média de 9.252 pagantes por jogo
no Barradão. Já o Bahia registra,
na Fonte Nova, 12.309 torcedores
por partida na Série B.
O mesmo acontece em Belém.
Lá, o Remo tem 14.483 ingressos
vendidos por jogo como mandante na segunda divisão, contra
9.075 do rival Paysandu na elite.
"Nós sempre tivemos um público muito bom, mas acredito que
um fator é determinante para esse nosso sucesso de público na
Série B. O Remo foi bicampeão
estadual invicto, e isso fez a torcida ficar confiante", diz Ubirajara
Salgado, presidente do clube.
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