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sabatina
Brasileiro torna-se o 1º evento-teste para Copa
Nacional é amostra da estrutura do futebol no país, único candidato ao Mundial
CBF fez caderno de encargos
para estádios que querem receber jogos do evento, mas todos estão longe do padrão exigido pela Fifa
RODRIGO BUENO
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Candidato único à Copa de
2014, o Brasil estará sob os
olhos da Fifa neste ano. A definição do país-sede será em novembro. Até lá, dificilmente o
Brasileiro, que começou ontem, a CBF, os estádios e os torcedores passarão no teste.
Ciente disso, a confederação
fez um caderno de encargos para os locais dos jogos. Com exigências, óbvio, menos complexas do que as feitas pela Fifa.
Ainda assim, a situação de algumas praças locais forçou a entidade a pedir adequações.
É apenas um passo inicial: o
próprio presidente Ricardo
Teixeira afirma que não há estádios brasileiros em condições
de receber o Mundial. Mas não
faltam candidatos.
Cerca de 20 estádios devem
abrigar jogos neste Nacional. O
número pode variar, já que apenas 12 clubes atuam em sedes
próprias. Desses, só nove arenas têm capacidade superior a
40 mil pessoas, número mínimo exigido pela Fifa para o
evento. São candidatos campos
como os do Beira-Rio, do Serra
Dourada, do Morumbi, do Mineirão e do Maracanã. Outros,
menores, prometem ampliações e outras reformas.
No Nacional, quase todos
têm estrutura antiga. As exceções são o Kyocera Arena e,
possivelmente, o Engenhão, estádio construído para o Pan.
A realidade fica exposta no
tratamento dado a jogadores e
torcedores. Nenhuma das praças, por exemplo, trata os atletas segundo o padrão exigido
pela Fifa. Os vestiários deveriam ter área de 100 m2, armários individuais, televisão, bancos de massagem e ar-condicionado. Ainda são previstas
duas áreas de aquecimento.
Há estádios próximos disso,
como Morumbi, Beira-Rio,
Arena, Maracanã e Mineirão.
Mas, segundo relatos ouvidos
pela Folha, boa parte dos outros obriga as equipes a se
aquecer em pleno campo, faça
chuva ou faça sol.
A chegada é complicada a alguns deles, como na Vila Belmiro, onde os ônibus dos times
estacionam fora do estádio.
E o conforto reservado aos
torcedores é similar aos dos jogadores. Mesmo no Morumbi e
no Maracanã, os assentos não
atendem às especificações da
Fifa, sem falar dos banheiros e
dos acessos aos lugares.
Além disso, a operação em
torno dos jogos distancia bastante o Brasileiro do que se espera em uma Copa do Mundo.
Ingressos pela internet convivem com filas nas bilheterias
e cambistas. Transporte e segurança, responsabilidade dos
clubes pela legislação atual, carecem de investimento público
-os dois itens foram os mais
pesados do orçamento executado na Alemanha-2006.
O Nacional ainda sofre com a
violência nos estádios. Na edição de 2005, foram seis mortes.
Próxima de conseguir sua
Copa e adulada por políticos, a
CBF estará longe de todo esse
dia-a-dia de dificuldades crônicas. Diz a lei que o problema é
dos clubes. Na Copa, não será.
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