São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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Palmeiras ganha mais 15 dias no caso do gás

Clube consegue adiar pela segunda vez julgamento no tribunal da federação

Laudo diz não ser possível, em virtude do tempo entre o episódio e a perícia técnica, constatar a presença do gás no vestiário do visitante

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras conseguiu adiar ontem pela segunda vez o julgamento do caso do gás tóxico lançado no vestiário do visitante na semifinal contra o São Paulo, no Parque Antarctica.
O clube ainda aguarda a conclusão do inquérito policial que apura o incidente ocorrido no dia 20 de abril em seu estádio.
Segundo documento apresentado pelo diretor de futebol do clube Savério Orlandi, a polícia diz que deve concluir o laudo pericial dentro de 15 dias.
A Folha teve acesso ao laudo feito pela perita criminal Márcia Iracema Casagrande a pedido do Jecrim (Juizado Especial Criminal), que funcionava no estádio no dia do jogo.
No documento é dito que, "dado o lapso de tempo decorrido entre o horário apontado como sendo do fato e a solicitação deste exame, bem como, por ser um gás um componente volátil e estando a porta do vestiário aberta, quando da chegada desta equipe ao palco dos fatos, não fora ali constatado quaisquer elementos de ordem técnico-material que pudessem estar relacionados com o motivante da presente requisição de exame".
Segundo o dirigente palmeirense, tal laudo não absolve o clube por ter sido considerado inconclusivo pelo 23º DP, que abriu o inquérito do caso. Mas será uma das armas utilizadas pelo Palmeiras em sua defesa.
O documento já está com o procurador do Tribunal de Justiça Desportiva Antônio Carlos Meccia, responsável pelo caso na Federação Paulista de Futebol. Ele destaca, porém, que independentemente da conclusão policial, o tribunal poderá tomar um rumo diferente.
"Esse laudo não absolve nem culpa o Palmeiras. Mas que houve algo naquele dia, houve. Só precisamos descobrir de que lado partiu", falou Meccia.
O procurador remarcou o julgamento para a próxima segunda-feira. Mas já admite que ele tende a ser protelado mais uma vez em virtude do laudo pericial solicitado pelo clube.
"Acreditamos que o laudo ainda não estará concluído no dia 19 para exercemos nossa defesa", afirmou Orlandi.
O Palmeiras foi enquadrado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva ("Deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens em sua praça de desportos"). A pena é uma multa de R$ 50 mil a R$ 500 mil e a perda do mando de campo de uma a três partidas.
O clube conseguiu ontem livrar o volante Martinez e o meia Diego Souza de futuras punições caso eles ainda integrem o grupo em 2009 -elas só valeriam para o Paulista.
O primeiro, expulso no mesmo clássico do episódio do gás após dividida com o são-paulino Fábio Santos, fora enquadrado no artigo 254 (jogada violenta). Teve a pena desclassificada e entrou no 255 (ato hostil). Pegou um jogo de gancho -já cumprido.
Diego Souza levou o vermelho no segundo jogo da final contra a Ponte Preta após discutir com o volante Deda -que também foi expulso. Ambos foram absolvidos.
De volta às atividades hoje à tarde, no CT, após perder na estréia do Brasileiro (1 a 0) para o Coritiba, o Palmeiras poderá contar com o retorno do volante Léo Lima, que recuperou-se de uma lesão muscular.
O clube também irá apresentar o volante Jumar, ex-Paraná, quarto reforço para o Nacional. Além dele, o Palmeiras já trouxe os laterais Fabinho Capixaba e Jefferson e o volante Sandro Silva -que fez sua estréia diante da equipe paranaense.


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