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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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AUTOMOBILISMO

Piloto, que não teve seu contrato renovado pela Ferrari, afirma ter mente aberta e nega estar sob pressão

"O mundo não vai acabar", diz Barrichello

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MONTRÉAL

A renovação do contrato de Michael Schumacher com a Ferrari mexeu com Rubens Barrichello.
Primeiro, com sua rotina. Em Montréal, ontem, véspera dos primeiros treinos para a oitava etapa do Mundial de F-1, o piloto brasileiro foi cercado pela imprensa para comentar o futuro.
Mais do que isso, a decisão ferrarista alterou também seu discurso, sua postura. Pela primeira vez, desde que assinou com a Ferrari, em setembro de 1999, Barrichello falou em deixar a equipe.
Questionado sobre a possibilidade de não fazer mais parte dos planos da Ferrari a partir de 2005, respondeu: "Se isso acontecer, é por vontade deles. Se eu não fizer parte dos planos deles para o futuro, que seja assim. O mundo não vai acabar por causa disso".
O brasileiro afirmou ainda que se mantém atento ao mercado, às vagas em outras equipes. "Eu tenho a mente muito aberta. Guiar o carro da Ferrari é maravilhoso, mas eu tenho a mente aberta."
Foram suas primeiras declarações desde que a Ferrari anunciou a renovação dos contratos de seus principais profissionais. Além do alemão, ficarão no time até 2006 homens como Jean Todt (diretor esportivo), Rory Byrne (projetista), Ross Brawn (diretor técnico) e Paolo Martinelli (engenheiro responsável pelos motores).
Os contratos de todos eles terminariam em dezembro de 2004.
O de Barrichello ainda termina. Ele foi o único membro da chamada "família Ferrari" que não teve o compromisso renovado.
Apesar da situação, o brasileiro afirmou que não se sente pressionado. "Meu contrato vai até o final do ano que vem, então não estou sob pressão. Nunca assinei na mesma hora que o Michael. Se eu tivesse assinado, a imprensa ia estar perguntando por que a Ferrari não fechou com outro piloto, com o Felipe [Massa] ou com o [Luca] Badoer [os dois pilotos de testes do time]", disse.
Por mais de uma oportunidade, Barrichello lançou a mesma sentença: "Não vou ficar com falsa modéstia. Sei que, no momento, não há nenhum piloto melhor do que eu na F-1 para fazer esse trabalho. Então estou tranquilo".
Contrastrando com a situação incômoda do companheiro, Schumacher era só sorrisos no paddock do circuito canadense.
"Estou motivado e quero sair desta corrida com a liderança do campeonato", declarou o alemão, que é o segundo colocado no Mundial de Pilotos, a quatro pontos de Kimi Raikkonen.
O pentacampeão mundial também comentou o caso de Barrichello. De certa forma, foi solidário ao colega. Mas não tanto.
"Discutir o futuro do Rubens neste momento não é justo. Ele faz um ótimo trabalho, tem ajudado muito a Ferrari. Mas, se a equipe decidir mudar, é uma decisão que precisa ser respeitada."
Os treinos para o GP do Canadá começam às 9h30 (horário de Brasília). Às 15h acontece o treino pré-classificatório, que definirá a ordem de entrada dos pilotos na pista amanhã, quando será decidido o grid de largada.


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