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AUTOMOBILISMO
Piloto, que não teve seu contrato renovado pela Ferrari, afirma ter mente aberta e nega estar sob pressão
"O mundo não vai acabar", diz Barrichello
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MONTRÉAL
A renovação do contrato de Michael Schumacher com a Ferrari
mexeu com Rubens Barrichello.
Primeiro, com sua rotina. Em
Montréal, ontem, véspera dos primeiros treinos para a oitava etapa
do Mundial de F-1, o piloto brasileiro foi cercado pela imprensa
para comentar o futuro.
Mais do que isso, a decisão ferrarista alterou também seu discurso, sua postura. Pela primeira
vez, desde que assinou com a Ferrari, em setembro de 1999, Barrichello falou em deixar a equipe.
Questionado sobre a possibilidade de não fazer mais parte dos
planos da Ferrari a partir de 2005,
respondeu: "Se isso acontecer, é
por vontade deles. Se eu não fizer
parte dos planos deles para o futuro, que seja assim. O mundo não
vai acabar por causa disso".
O brasileiro afirmou ainda que
se mantém atento ao mercado, às
vagas em outras equipes. "Eu tenho a mente muito aberta. Guiar
o carro da Ferrari é maravilhoso,
mas eu tenho a mente aberta."
Foram suas primeiras declarações desde que a Ferrari anunciou
a renovação dos contratos de seus
principais profissionais. Além do
alemão, ficarão no time até 2006
homens como Jean Todt (diretor
esportivo), Rory Byrne (projetista), Ross Brawn (diretor técnico) e
Paolo Martinelli (engenheiro responsável pelos motores).
Os contratos de todos eles terminariam em dezembro de 2004.
O de Barrichello ainda termina.
Ele foi o único membro da chamada "família Ferrari" que não
teve o compromisso renovado.
Apesar da situação, o brasileiro
afirmou que não se sente pressionado. "Meu contrato vai até o final do ano que vem, então não estou sob pressão. Nunca assinei na
mesma hora que o Michael. Se eu
tivesse assinado, a imprensa ia estar perguntando por que a Ferrari
não fechou com outro piloto, com
o Felipe [Massa] ou com o [Luca]
Badoer [os dois pilotos de testes
do time]", disse.
Por mais de uma oportunidade,
Barrichello lançou a mesma sentença: "Não vou ficar com falsa
modéstia. Sei que, no momento,
não há nenhum piloto melhor do
que eu na F-1 para fazer esse trabalho. Então estou tranquilo".
Contrastrando com a situação
incômoda do companheiro,
Schumacher era só sorrisos no
paddock do circuito canadense.
"Estou motivado e quero sair
desta corrida com a liderança do
campeonato", declarou o alemão,
que é o segundo colocado no
Mundial de Pilotos, a quatro pontos de Kimi Raikkonen.
O pentacampeão mundial também comentou o caso de Barrichello. De certa forma, foi solidário ao colega. Mas não tanto.
"Discutir o futuro do Rubens
neste momento não é justo. Ele
faz um ótimo trabalho, tem ajudado muito a Ferrari. Mas, se a
equipe decidir mudar, é uma decisão que precisa ser respeitada."
Os treinos para o GP do Canadá
começam às 9h30 (horário de
Brasília). Às 15h acontece o treino
pré-classificatório, que definirá a
ordem de entrada dos pilotos na
pista amanhã, quando será decidido o grid de largada.
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