São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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Superfavorito, mas...

 Com Ronaldinho como astro e dona de cinco títulos mundiais, seleção estréia às 16h contra a Croácia

 Brasil repete histórias desde 1962, quando levou o bi

 Rivais, Argentina e Inglaterra começam devagar

EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A BERLIM

TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Para quase todo mundo, é uma barbada. A partir de hoje, quando faz sua estréia contra a Croácia, às 16h, em Berlim, o Brasil inicia na Copa da Alemanha a busca pelo hexa no melhor estilo "fava contadas".
O triunfo, anunciado nos quatro cantos do planeta, seria um repeteco do que aconteceu no Chile há 44 anos, a única vez na história em que o Brasil conseguiu defender o seu título.
A equipe atual tem semelhanças incríveis com o time de Garrincha, dono de dribles inesquecíveis -como são os executados por Ronaldinho, eleito duas vezes pela Fifa o melhor jogador do mundo.
Como o time de 1962, o atual tem média de idade de quase 30 anos, dois laterais recordistas de partidas com a camisa amarela (Djalma Santos e Nilton Santos x Cafu e Roberto Carlos) e um ídolo com problemas físicos (Pelé x Ronaldo).
Como Aymoré Moreira, que apostou na base montada por Vicente Feola em 1958, Carlos Alberto Parreira vai usar muitos dos que ganharam o penta com Scolari há quatro anos.
Sinal inequívoco de sua superioridade, a seleção está na liderança do ranking da Fifa desde julho de 2002 -47 meses. Nesse período, o ranking de entradas do tênis masculino, por exemplo, teve seis trocas de líderes; no feminino, foram 13 mudanças. Até na F-1, caracterizada por monopólios históricos, nove pilotos e cinco equipes venceram desde então.
A atual seleção seria comparável ao "Dream Team" do basquete norte-americano, ouro na Olimpíada de Barcelona? Se os números servirem de parâmetro, não. É melhor.
Os titulares hoje contra a Croácia somam 32 títulos internacionais pela seleção. Os 12 americanos que assombraram o mundo há 14 anos, juntos, ostentavam 12 troféus na NBA.
O Brasil ainda tem a chance de bater ou igualar vários recordes individuais e coletivos.
Bastam três gols para Ronaldo se transformar no maior artilheiro das Copas, superando o alemão Gerd Müller -são 12 gols para o brasileiro contra 14 do atacante que fez história nos Mundiais de 1970 e 1974.
"Ele tem a oportunidade de bater muitos recordes. Acho que nestas três semanas ele se preparou bem e vai crescer durante a competição", disse Parreira, outro que pode colocar seu nome na história caso o Brasil confirme seu favoritismo -o país é disparado o mais cotado para ficar com a taça nas bolsas de apostas londrinas.
Se o hexa chegar, Parreira será o segundo treinador da história a ganhar o Mundial por duas vezes -o primeiro foi o italiano Vittorio Pozzo, em 1934 e 1938. Outra marca da Itália na época pode ser arrasada já hoje, caso o Brasil vença os croatas: o país passará a contar com a maior seqüência invicta da história das Copas, com oito triunfos (somando os sete do título com 100% de aproveitamento há quatro anos).
Missão "fácil" para quem disputou todas as Copas (caso único) e que, para muita gente, só não será campeão se o imponderável aparecer na Alemanha.
Esse é o lado bom da história.


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