São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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Seleção vê conspiração italiana

Flávio Florido/Folha Imagem
O lateral Cafu, que teve prisão pedida na Itália, extravasa em treino do Brasil, ontem, em Berlim


Pedido de prisão de Cafu, por falsificação de passaporte, na véspera da estréia irrita atletas do Brasil

Capitão do time de Parreira diz estar "tranqüilo" sobre o pedido feito pelo Ministério Público da Itália, que inclui a detenção de sua mulher


DOS ENVIADOS A BERLIM

Na véspera da estréia da seleção brasileira na Copa do Mundo da Alemanha, contra a Croácia, promotores italianos pediram ontem a prisão preventiva do lateral-direito Cafu.
O jogador é acusado de falsificação de documentos para a obtenção de passaporte e cidadania italiana. A decisão dos promotores irritou jogadores e integrantes da comissão técnica brasileira na tarde de ontem no Estádio Olímpico de Berlim.
Depois do treino de reconhecimento do gramado, eles defenderam o capitão da seleção apontando uma teoria da conspiração italiana para justificar a decisão dos promotores.
""Estamos aqui há um mês, e esse assunto só foi repercutir agora. Nós já conversamos com o Cafu, e ele está tranqüilo, disse que não tem nada a ser temido. Então, para nós, o assunto está superado", afirmou o técnico Carlos Alberto Parreira.
"É apenas mais uma razão para para tentar desestabilizar, coisa que não vai nos afetar", completou o treinador.
Logo após receber a notícia da decisão da promotoria italiana, o técnico se reuniu com o atleta no hotel em Berlim.
Cafu teve uma pena de nove meses de prisão solicitada pelos promotores italianos, que também pediram o mesmo período de detenção para a mulher de Cafu, Regina Feliciano de Moraes. O capitão ganhou cidadania italiana por causa da suposta ascendência de sua mulher. Para a promotoria, tal parentesco é falso.
Além do capitão da seleção brasileira e de sua mulher, o presidente da Roma, Franco Sensi, e o jogador argentino Bartelt podem ser condenados.
O caso dos passaportes falsos foi revelado em janeiro de 2001, quando o lateral-direito ainda atuava pela Roma -atualmente defende o Milan.
"Conheço bem a Itália. Eles soltam a notícia e depois olham o que é", comentou o volante Emerson, que joga na Juventus, atual campeã italiana.
Segundo a assessoria de imprensa do jogador, o pedido de prisão feito por promotores italianos não preocupa Cafu.
O jogador, que afirmava ainda não ter sido notificado oficialmente do caso, recebeu do seu advogado italiano a informação de que "isso não vai dar em nada". Ele também ouviu do advogado para ficar "tranqüilo" quanto à possibilidade de acabar sendo preso na Itália.
Regina se encontra no Brasil, disse o jogador. Ao contrário da maioria dos colegas, que têm empresários, Cafu cuida só de sua carreira. Aos 36 anos, acaba de renovar contrato com o Milan por mais uma temporada. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


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