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Croácia testa pré-Copa confuso
Em sua preparação, rival passou por oito cidades e viajou 4.000 km, três vezes mais que brasileiros
Europeus jogaram quatro
amistosos, o maior número
entre times na Copa, para
atender estratégia política
feita pela federação do país
FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
A Croácia que vai a campo
contra o Brasil hoje é uma equipe prejudicada por uma preparação corrida e turbulenta. Viagens em seqüência e amistosos
em excesso provocaram contusões e críticas e deixaram os
croatas, pelo menos no papel,
mais desgastados que os brasileiros para a estréia na Copa.
O time dos Bálcãs está reunido há 26 dias, quatro a mais que
a seleção. Neste período, passou por sete cidades em cinco
países (Eslovênia, Áustria, voltou à Croácia, Suíça e Alemanha). Berlim é o oitavo pouso.
Não teve uma base. Só há
poucos dias instalou-se em Bad
Brückenau, norte da Baviera.
Percorreu ao todo cerca de
4.000 km, de avião, trem e ônibus. O Brasil esteve em quatro
cidades de dois países, viajando
três vezes menos, aproximadamente 1.300 km.
O que seria uma desvantagem colossal para a seleção -a
viagem transcontinental e a
mudança de fuso horário- não
existe, pois 20 dos 23 jogadores
brasileiros, inclusive os 11 titulares, atuam na Europa.
Nenhum dos 32 participantes da Copa fez mais amistosos
preparatórios que a Croácia.
Alguns poucos, como Arábia
Saudita, Coréia do Sul e Paraguai, igualaram a marca de quatro partidas. A maioria jogou
duas, como o Brasil, ou três.
Se, à exceção do cortado Edmílson e das bolhas de Ronaldo, o time brasileiro não teve
contundidos ao longo da preparação, os croatas tiveram cinco.
Um deles, o atacante Olic, não
se recuperou e deve ficar no
banco hoje. Ele teve um estiramento muscular na coxa durante o quinto compromisso de
sua seleção às vésperas da Copa, um jogo-treino contra a seleção de veteranos da Croácia.
Outros lesionados aparentemente recobraram a forma, incluindo os que tiveram infecção intestinal provocada por
comida em Wolfsburg.
A correria da pré-temporada
foi desqualificada por muitos,
do técnico Otto Baric, antecessor de Zlatko Kranjcar, a titulares, como o volante Tudor.
Foram só dez treinos, boa
parte foi de relaxamento -jogos de handebol, de futetênis,
corridas leves, alongamento.
Para piorar, o retrospecto
dos amistosos foi sofrível: duas
derrotas (1 a 2 para a Espanha e
0 a 1 contra a Polônia), um empate (2 a 2 com o Irã) e só uma
vitória (4 a 1 sobre a Áustria).
Esses jogos tiveram motivações políticas e financeiras. No
primeiro caso, para fazer lobby
pela candidatura croata, junto
com a Hungria, para sede da
Eurocopa-2012. No segundo,
para cumprir acertos com outras confederações. A Croácia
joga em troca de receber os adversários em casa, depois.
Os dirigentes do país negam
que o esquema tenha interferido na preparação. "O time está
pronto e relaxado", disse o secretário-geral da federação
croata, Zorislav Srebric.
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