Time, que hoje enfrenta o Botafogo no Rio, usa vexame do ano passado para não repetir equívocos

Vitória sobre os cariocas dará a santistas, na 6ª rodada do torneio, mesma pontuação que clube atingiu só na 15ª rodada do último Nacional

RICARDO VIEL
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Aprender com os erros. Essa tem sido a receita santista para não repetir o vexame do Brasileiro de 2008, quando passou mais da metade do torneio na zona de rebaixamento e só se salvou na última rodada.
Uma vitória hoje, contra o Botafogo, no Rio, coloca o clube na vice-liderança do Nacional, com 12 pontos. No ano passado, o time precisou de 15 rodadas para alcançar essa pontuação e em nenhum momento frequentou a zona de classificação à Libertadores, ocupada pelos quatro primeiros do Nacional.
O segredo do sucesso santista parece simples: fazer tudo diferente do que fez em 2008.
A começar pela concentração em um só torneio. No início do Brasileiro do ano passado, o Santos disputava simultaneamente a Libertadores e priorizou a competição continental.
Nas cinco primeiras rodadas daquele Nacional, o clube colocou em campo 27 atletas, contra 20 neste ano. As variações chegaram também ao banco. Foram três treinadores (Leão, Márcio Fernandes e Cuca) nas cinco jornadas iniciais.
Prestigiado no cargo, Vagner Mancini preferiu mudar pouco o time neste início de campeonato e traçou como meta pular à frente, aproveitando que alguns clubes disputam dois torneios ao mesmo tempo.
"Esse era o nosso objetivo. Começar bem porque há equipes que estão focadas em outras competições. Temos aproveitado isso", disse Madson.
Mas o bom início do Santos no Brasileiro não deixa Mancini totalmente satisfeito. O treinador cobra mais equilíbrio do time, que tem o melhor ataque do torneio (14 gols), mas uma das piores defesas (9 gols).
"Não se pode ser apenas ofensivo ou apenas defensivo. Para se conquistar o título, precisa haver a harmonia entre os setores", declarou Mancini.
Hoje, contra o Botafogo, o Santos espera sair de campo, pela primeira vez neste Nacional, sem sofrer gol. A performance do ataque do Botafogo justifica a expectativa: o time tem a pior ofensiva do torneio, com apenas três gols marcados.
O retrospecto no Engenhão também é amplamente favorável à equipe paulista. Foram dois jogos e duas vitórias.
A novidade no time de Mancini ser a estreia de Wagner Diniz. O ex-são-paulino disputa com Pará a vaga na lateral direita. Luizinho, o dono da posição, nem viajou à capital fluminense. Segundo o treinador, o jogador será poupado nos próximos jogos por estar sendo muito criticado pelos torcedores.